A nossa região tem em actividade cerca de 1600 escuteiros, divididos em vários agrupamentos
Junta Regional da Guarda comemora 75 anos
Formar bons cidadãos é o objectivo dos escuteiros

Os escuteiros da região comemoram 75 anos. Praticar boas acções deve fazer parte dos dias de quem se junta ao Corpo Nacional de Escutas. E nos escuteiros, o essencial é formar bons cidadãos.


Laura Sequeira
NC/Urbi et Orbi


A formação da personalidade, a criatividade, a saúde, o amor ao próximo e o amor a Deus são os principais objectivos do escutismo. António Bento Duarte é escuteiro há 50 anos e garante que na região há cerca de 1600 jovens escuteiros. Iniciou a sua actividade com oito anos e desde então que "o bichinho" não o larga. É chefe regional do Corpo Nacional de escutas da Região da Guarda porque considera que é essencial que os mais velhos "tenham formação para poderem transmitir aos mais novos o saber ser e o saber fazer".
"Ajudar os jovens a desenvolver conhecimentos, as competências práticas e atitudes que lhes permitem viver uma vida gratificante" são os lemas do escutismo que visa essencialmente a vida ao ar livre. Baden Powell, fundador do escutismo, partiu de uma experiência num acampamento para afastar os jovens da sua terra da vida que levavam na cidade. António Bento Duarte explica que o fundador do escutismo tentou "arranjar algo para modificar a vida daqueles jovens". Em pleno século XIX, Baden Powell pensou "tirar os jovens da má vida para lhes dar uma vida mais sã através da experiência ao ar livre", refere o chefe da Junta Regional da Guarda.
"O escuteiro tem um espírito muito próprio, tem sempre dentro do seu espírito vontade de ajudar e praticar diariamente uma boa acção", salienta António Bento Duarte que afirma que os mais velhos têm o dever de transmitir aos mais novos os seus saberes. António Nunes Sanches, assistente regional diocesano do Corpo Nacional de Escutas, garante que um dos objectivos do escutismo é "fazer dos jovens bons cidadãos".
Para se ser escuteiro basta ter vontade e dirigir-se ao agrupamento da paróquia onde vive. Desde os sete anos que se pode fazer parte do Corpo Nacional de Escutas. Os lobitos (dos sete aos 10 anos), os exploradores (dos 11 aos 14anos), os pioneiros (entre os 14 e os 17 anos) e os caminheiros (dos 18 aos 22) fazem parte da grande equipa que constitui os escuteiros. A partir dos 22 anos, os jovens podem ou não estar preparados para assumirem a responsabilidade de serem dirigentes. Ser dirigente implica ensinar aos mais novos tudo o que foram aprendendo.
Os escalões do escutismo são alcançados através da idade, mas, como explica José Joaquim, chefe-adjunto da Junta Regional da Guarda, "cada um tem um papel activo a desempenhar, uma responsabilidade". Segundo este responsável, "o segredo do escutismo reside no facto de todos participarem".

Decréscimo de escutas na Diocese

A partir dos sete anos, qualquer criança pode fazer parte dos escuteiros

A Junta Regional da Guarda do Corpo Nacional de Escutas está a comemorar 75 anos de existência sob o lema "Celebrar para Construir". Com cerca de 1600 jovens escuteiros, na Diocese da Guarda, há cerca de 27 agrupamentos. Os agrupamentos da Boidobra e da Barroca estão em formação. António Bento Duarte refere que a quantidade de escuteiros vai baixando ao longo dos anos. O chefe da Junta Regional da Guarda garante que "o escutismo cresceu a nível geral, excepto aqui na Diocese que decresceu em cerca de 10 por cento".
A comemoração dos 75 anos de existência da Junta Regional da Guarda e do escutismo na região já começou em 2002. O início oficial das comemorações deu-se aquando da celebração do dia de Baden Powell. O lançamento de um distintivo comemorativo, o dia regional do lobito e actividades relacionadas com o ambiente fazem parte da comemoração dos 75 anos de escutismo na região.
Várias localidades da Diocese que têm agrupamentos de escuteiros vão receber uma exposição itinerante que pretende divulgar o movimento escutista. No próximo dia 16 de Fevereiro, a Junta Regional da Guarda do Corpo Nacional de Escutas vai proceder ao lançamento do livro "75 anos de escutismo na região da Guarda".


Junta Regional da Guarda com falta de apoios



"O sonho desta Junta é ter uma sede", afirma António Bento Duarte, chefe regional do Corpo Nacional de Escutas da região da Guarda. O escuteiro lembra que as instalações onde agora se situa a Junta Regional da Guarda foram cedidas gratuitamente pela Câmara Municipal da Covilhã, mas que "a qualquer momento pode mandar-nos embora".
Sendo que os associados são, na maior parte jovens, os apoios financeiros são escassos. António Bento Duarte salienta que "tem que haver mais apoio". Na opinião do chefe regional tanto a Diocese como a sociedade civil deveriam dar mais incentivos aos escuteiros.
Outra das dificuldades que os escuteiros da região atravessam é o recrutamento dos adultos. José Joaquim afirma que "os bens materiais têm cada vez mais influência na sociedade e que os valores são cada vez menores".