O tecto recuperado do Salão dos Continentes
4º Concurso "Júlio Cardona"
Músicos do mundo na Covilhã

Ao todo serão 99 jovens instrumentistas de arco a concurso. A iniciativa realiza-se de dois em dois anos e tem pela primeira vez lugar no Teatro-Cine.


Por Catarina Rodrigues


O 4º Concurso de Instrumentos de Arco "Júlio Cardona" tem este ano 99 concorrentes, oito dos quais da Covilhã, 40 do resto do País e 51 estrangeiros. A iniciativa realiza-se entre os dias 11 e 17 de Abril, na semana que antecede a Páscoa e regista o triplo dos participantes da primeira edição que teve lugar em 1997.
"O número de concorrentes oriundos de 20 países de todo o mundo reflecte o sucesso do evento", refere o maestro Campos Costa, membro da Delegação da Covilhã da Juventude Musical Portuguesa, associação promotora do concurso.
O mais jovem concorrente tem apenas 12 anos e o mais velho 29. Entre os inscritos regista-se a participação de "grandes centros musicais", sublinha o maestro. Estão representadas as escolas de instrumentos de arco de Moscovo, S. Petersburgo, Berlim, Leipzig, Londres e a Escola Superior "Rainha Sofia" em Madrid.
O concurso tem três modalidades. Violino e violoncelo, divididos em classe A e B e contrabaixo somente com classe A.
Todas as provas realizadas ao longo da semana vão ter lugar no Teatro-Cine da Covilhã. "Desta forma os covilhanenses terão mais facilidade no acesso ao concurso", explica a vereadora da Cultura, Maria do Rosário Rocha. A Câmara Municipal da Covilhã apoia o concurso com cinco mil euros para além do apoio logístico. A autarquia disponibilizou ainda um piano, o que para Campos Costa significa uma diminuição de gastos em relação a anos anteriores.

UBI oferece prémio

Nas edições anteriores, o concurso realizou-se nas instalações da Universidade da Beira Interior "que sempre deu o seu melhor no apoio a esta iniciativa". Este ano a UBI oferece o primeiro prémio na modalidade de violino. A acrescentar aos melhores instrumentistas de arco a concurso nas três modalidades serão atribuídos prémios ao melhor interprete da peça obrigatória, ao melhor covilhanense e ainda um prémio atribuído pelo público. No geral o valor monetário dos prémios ultrapassa os cinco mil euros.
O júri internacional é presidido pelo maestro Manuel Ivo Cruz e composto por elementos oriundos do Brasil, Polónia, Espanha, Arménia Alemanha, Estados Unidos e Portugal. As peças obrigatórias são de autores portugueses, com destaque para a Sonata para violino e piano do covilhanense Ernesto de Campos Mello e Castro.
Depois das provas de selecção e das finais terá lugar a 17 de Abril, último dia do concurso, um concerto de encerramento a cargo da Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) de Castelo Branco. No mesmo dia será feita a entrega de prémios. Durante a tarde haverá também uma tertúlia com a presença de diversos maestros portugueses. Em debate estará a problemática das orquestras regionais portuguesas. Nessa ocasião será apresentado um quarteto de arco com piano, integrado por jovens concorrentes açorianos.
Para além do apoio da autarquia covilhanense, o 4º Concurso de Instrumentos de Arco "Júlio Cardona", nome do violinista covilhanense, professor no Conservatório Nacional de Lisboa e fundador da Orquestra da mesma cidade, tem o alto patrocínio do Presidente da República Jorge Sampaio.