Ferro Rodrigues, secretário geral do PS
visitou na passada quarta feira a empresa Nova Penteação, na Covilhã.
O socialista reconheceu a gravidade do problema económico que a unidade fabril
atravessa, mas considera que "com os devidos apoios a empresa tem condições
para voltar a ser o que era".
Depois da visita às instalações, a que os jornalistas não
tiveram acesso por decisão da administração da empresa, Ferro
Rodrigues deixou um desafio a Durão Barroso. O secretário geral do
PS considera "muito diferente ler os dossiers em Lisboa e conhecer os problemas
de perto" por isso desafiou o primeiro ministro a deslocar-se a esta e outras
empresas do País que atravessam dificuldades.
Na próxima quinta feira, 20, o Durão Barroso estará na Assembleia
da República. Nesse dia será feita uma interpelação
sobre política económica e social. Ferro considera que até
essa data o primeiro ministro "devia conhecer de perto as situações
graves que o País atravessa".
A Nova Penteação emprega mais de 500 trabalhadores. Até há
bem pouco tempo era considerada uma das mais importantes unidades fabris da região.
Actualmente tem um passivo de 30 milhões de euros, dos quais cerca de metade
são dividas à banca. No passado mês de Dezembro a empresa pediu
ao Tribunal da Covilhã o recurso ao Processo Especial de Recuperação
de Empresas. Uma decisão que segundo os administradores deve ser anunciada
brevemente.
Formação para 350 trabalhadores
Ferro Rodrigues não quis comentar o Plano de Intervenção
para a Beira Interior apresentado pelo ministro Bagão Félix no passado
mês de Outubro, no Fundão. Mas, sublinha que "os planos têm
que ser levados à prática".
A administração da Nova Penteação pretende integrar
350 trabalhadores no programa FACE, uma das medidas que constituem o plano do
ministro do Trabalho e da Segurança Social. Os trabalhadores podem assim
frequentar acções de formação profissional com a garantia
de regressarem à empresa assim que a formação termine. A
empresa que labora em três turnos passará a ter trabalhadores num
só turno. Uma situação que permitirá diminuir os custos
da empresa.
Ferro Rodrigues considera importante a existência de "um período
intermédio em que se pode aproveitar para a qualificação
dos trabalhadores de maneira a que a empresa possa respirar do ponto de vista
dos encargos salariais e sociais e possa renascer com outra força".
O socialista lembra que a Nova Penteação não pode ser deixada
ao livre arbítrio do mercado e que as pessoas que dirigem a empresa não
têm que procurar sozinhas soluções para ao problema. "O
Estado tem instituições que devem actuar neste domínio",
remata.
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