Paulo Serra
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No aniversário do Urbi et Orbi
Há pelo menos duas coisas que todo o português
julga ser: treinador de futebol e jornalista. Para ser "jornalista"
não seria preciso mais do que, como o próprio nome indica, "escrever
nos jornais". Que as coisas são infinitamente mais complicadas do
que isso mostra-o, sem margem para dúvidas, a nossa actualidade mais recente
- em que se confunde, da forma mais boçal, a informação com
o boato, o acontecimento com a ficção. É que o jornalismo
é, pelo menos, uma técnica e uma deontologia - e nunca uma sem a
outra. A par da competência para definir o que é notícia e
para construir a mesma, não pode o jornalista deixar de ter em conta valores
éticos como a objectividade, a independência e a responsabilidade.
Mas competência (técnica) e deontologia (ética) não
são qualidades inatas: aprendem-se, treinam-se, exercitam-se no labor do
dia a dia. O Urbi et Orbi tem sido precisamente, ao longo dos seus anos de vida,
o laboratório que tem permitido esse labor. E é porque esse labor
tem sido sério, empenhado e digno que o Urbi et Orbi constitui já,
neste momento, um "jornal de referência" da nossa comunidade,
universitária e não só.
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