Anabela Gradim
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Desafios
Três anos se passaram já desde que o Urbi começou a
trazer notícias da UBI à universidade, à cidade e ao mundo.
Presentemente, é, que eu conheça, o único jornal universitário
português - digital ou ink-stained - que se publica semanalmente;
e o facto de o vir fazendo ininterruptamente, e de contar já com 158 números,
anuncia que o tempo de consolidação do projecto - durante o qual
poderia muito simplesmente não ter resistido - passou já.
Os próximos tempos serão - atrevendo-me na futurologia, a mais arriscada
de todas as actividades que se pode empreender em letra de forma - de maturidade
e sedimentação disso. Significa tal, menos "entusiasmo",
porque a novidade já foi, mas também menos amadorismo e mais rotina,
que é, neste tipo de exercício, uma característica tão
positiva quão imprescindível ao bom funcionamento de uma redacção
e à circulação regular das notícias que através
dela se opera.
Estes são, do meu ponto de vista, os ganhos maiores obtidos com o Urbi
@ Orbi durante os últimos três anos, aos quais há a acrescentar
as vantagens formativas que oferece aos alunos da Licenciatura em Ciências
da Comunicação, funcionando como laboratório onde mostram
e praticam - de forma não simulada - aquilo que terão aprendido
ao longo do curso; e ainda ganhos no que toca à informação
pura e simples. O Urbi constitui hoje um veículo importante para
saber o que se passa na universidade, e estar a par das actividades dos departamentos,
dos alunos, culturais, e da cidade. Poderia haver jornais "mais e muito melhores"?
Certamente. A superação é sempre possível. Interessa
é que não há! O Urbi é o único jornal
semanal de universidade portuguesa feito por alunos, que cumpre muito razoavelmente
a sua função de informar a comunidade académica do que nela
se passa, revelando simultaneamente esses dados ao exterior.
Isto o feito. E a fazer? Muito, ainda. Com três anos de actividade o Urbi
deveria já tirar pleno proveito do potencial multimédia do novo
medium em que se publica; e deveria ter em curso novas formas de redigir
e apresentar as notícias, ao invés de continuar preso aos modelos
tradicionais de produção de noticiário. Deveria ter concluído
quais as melhores formas de titular, redigir texto, e apresentá-lo em complementaridade
nova com a imagem, som e movimento. Para além de algumas tímidas
tentativas que não chegaram a vingar, nada disso foi ainda obtido, e o
desafio permanece em aberto, para esta ou para as futuras equipas que vierem animar
o jornal.
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