A Universidade da Beira Interior, em franco crescimento nos últimos anos,
deparou-se com uma necessidade emergente, a de encontrar um espaço suficientemente
grande para substituir as bibliotecas já muito limitadas distribuídas
por vários espaços da UBI. Foi o antigo edifício dos Serviços
Municipais da Covilhã o local escolhido para, depois de uma renovação,
albergar a actual Biblioteca Central - Serviços de Documentação
da UBI.
Joana Dias, actual coordenadora, salienta a complexidade do funcionamento deste
espaço, e o forte investimento que representa, mostrando-se já,
um ano passado, como inovador e "uma aposta ganha", que lutou contra
os "velhos do Restelo" que, "nada pacíficos" criticavam
as dimensões e objectivos da instituição.
Actualmente com um horário fixado entre as 9 e as 23 horas, nos dias úteis
e também durante as manhãs de sábado, a Biblioteca estabelece
um recorde de horas de funcionamento entre as suas congéneres públicas.
O número de 400 utilizadores diários, valor médio e estimado
contabilizando os meses não lectivos do ano, é impressionante.
No último ano, conta Joana Dias, o espaço foi já visitado
por muitos milhares de pessoas, para além dos universitários e docentes.
"Já é comum outras pessoas utilizarem e visitarem o edifício,
que agora se encontra com a porta à face da estrada. Muita gente tomou
conhecimento de que podia sempre recorrer a nós" afirma a coordenadora.
"A cidade da Covilhã, que possui também uma recente biblioteca
municipal, só tem a ganhar. Há quem venha para visitar e fotografar
as instalações, mas também à procura de livros técnicos
que não compete a uma biblioteca municipal ter. Se as duas desenvolverem
bem as suas actividades, então teremos uma cidade muito mais rica e uma
região em franco desenvolvimento", opina a responsável.
Aponta como foi extremamente benéfica a mudança de instalações,
"podemos agora concentrar a nossa documentação num único
espaço, onde o acesso aos livros é muito mais fácil e livre,
quadruplicamos as áreas de estudo, possibilitamos o contacto com os meios
tecnológicos de que muitos precisam, e temos um horário mais abrangente".
Com a mudança de instalações
o acesso aos livros tornou-se mais fácil
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Inovar os Serviços de Documentação
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A comemoração do primeiro ano de funcionamento é um momento
importante. Na sua opinião, "atravessámos a fase crítica,
o início não foi nada pacífico, conseguimos num curto período
de tempo preparar as novas instalações e transferir muito material,
ainda que haja mais planos de desenvolvimento, só limitados pelas restrições
orçamentais que o país atravessa. Exige-se às instituições
públicas uma melhoria dos serviços mas depois faltam as condições
deitando por terra alguns dos objectivos. Há uma lacuna na capacidade de
distinção de quem é realmente produtivo".
Ainda assim foram adquiridas no último ano cerca de seis mil obras, e constituído
o "grosso" do espólio em suporte multimédia que se prevê
continue a crescer. Além disso, está a ser desenvolvido e implementado
um novo "software" de gestão da biblioteca, que poderá
revolucionar o conceito actual.
Desenvolvido em parceria com uma Multinacional, a UBI irá, até ao
final deste ano, tentar disponibilizar o "software" que deverá
permitir, a partir da Internet, consultar os títulos dos documentos existentes
no inventário da UBI, consultar as versões digitais se existentes,
aceder a uma área de utilizador que permite fazer requisições
ou sugestões de livros, verificar se é possível prolongar
a extensão de empréstimo dos livros, entre outras funcionalidades
de cariz interno aos serviços de documentação. "É
um forte investimento da UBI na inovação e modernização
dos recursos informáticos, não só local mas também
nacional" comenta Joana Dias.
Um espaço com tanta afluência tem também limitações.
Na opinião de alguns utilizadores estas passam pelo excesso de ruído,
falta de vários exemplares do mesmo livro, falta de alguns livros constantes
das bibliografias dos docentes, distribuição ou falta de livros
deslocados para a biblioteca do Pólo IV, falta de mais equipamentos informáticos
e softwares, necessidade de um horário mais alargado da Biblioteca e do
seu bar social.
Perante estas limitações, a responsável foi peremptória,
"é claro que hoje em dia, o método e os instrumentos de estudo
são diferentes do que eram há 50 anos, mas a queixa do barulho é
mútua, nós pedimos às pessoas que baixem o tom de voz, desliguem
os telemóveis, evitem provocar ruídos. Alguns colaboram, mas outros
não. Na biblioteca não há censura, nem queremos privar as
liberdades, mas há indivíduos que têm uma certa falta de consciência
cívica. É necessário educar e civilizar comportamentos e
disposições". E prossegue explicando de como "com as restrições,
não podemos de todo alargar o nosso horário de funcionamento, o
do bar depende dos serviços sociais, mas sei que estão a estudar
a possibilidade de alargar um pouco mais o seu horário". Quanto ao
material informático, refere que este "tem de facto uma utilização
intensiva mas não é possível actualmente aumentá-lo.
Contudo, em estreita colaboração com o Centro de Informática
tenta-se, sempre que possível, adequar os "softwares" às
necessidades", explica, acrescentando que "o conceito de utilização
dos computadores também deve passar pela verdadeira necessidade e solidariedade
entre os alunos".
O novo "software" a ser desenvolvido, "irá possibilitar
saber quais os documentos mais requisitados e utilizados, dos quais iremos adquirir
mais exemplares para satisfazer a procura" conclui.
Joana Dias afirma-se satisfeita com a prestação da Biblioteca no
último ano, e acredita que há espaço para melhorar, cabendo
aos utilizadores e aos funcionários tudo fazer para dignificar a Biblioteca
e a UBI como instituição.
"Até as coisas
chegarem à estante, há um mundo de trabalho que ninguém
vê"
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Joana Dias é a coordenadora da Biblioteca
Central
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Joana Fonseca Lopes Dias, natural e residente no Fundão,
actualmente com 32 anos, licenciada em História pela Clássica
de Lisboa. Não estudou para leccionar, o seu primeiro emprego
foi numa biblioteca onde desde logo pôde confirmar a sua vocação.
Como trabalhadora-estudante, conseguiu uma das 30 vagas em Ciências
Documentais para os mais de 300 candidatos que queriam tirar a especialidade.
Regressou à Covilhã onde actualmente ocupa o cargo
de Coordenadora dos Serviços de Documentação-
Biblioteca Central e a Biblioteca do pólo da Carpinteira.
"Até as coisas chegarem à estante, há
um mundo de trabalho que ninguém vê, raramente as pessoas
percebem que significam muitas horas de trabalho a muita gente"
afirma Joana Dias.
"A gestão da Biblioteca é muito mais complexa
do que aparenta, é necessário levar a cabo árduas
tarefas de gestão dos recursos, humanos, de informação,
do que é necessário comprar e do que não se
deve, bem como o tempo útil de que as coisas precisam até
chegar à estante.
Um coordenador, faz tudo isto com o apoio dos vários serviços
da instituição, os Serviços Técnicos
e os Serviços Sociais de entre outros, todos são fundamentais
para um bom funcionamento deste espaço, é necessário
articular e é para isso que ele surge".
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Um espaço aberto
a toda a comunidade
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A Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior
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Um espaço vocacionado para servir a comunidade universitária
mas aberto a todos, equipado como uma muito apreciável obra,
uns actuais 6 mil metros quadrados úteis, casa de um espólio
invejável, cerca de 65 mil livros, milhares de revistas e
outras publicações impressas, mais de 500 DVD's, muitas
videocassetes e discos compactos (CDs).
Foco de desenvolvimento regional e nacional, equipado com as modernas
tecnologias de informação, permite o acesso a milhares
de pessoas que aí podem encontrar um espaço lúdico
e também preparado para ser um instrumento de desenvolvimento
pessoal, mesmo de actualização técnica e especializada.
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