O passado dia 31 de Janeiro não foi ainda decisivo para os cerca de 200
trabalhadores da Gartêxtil, empresa de têxteis da Guarda-Gare, encerrada
desde Maio do passado ano. Durante o plenário realizado nas instalações
daquela unidade fabril, e o qual contou com a presença do secretário-geral
da CGTP, Carvalho da Silva, o advogado do Sindicato dos Trabalhadores do Sector
Têxtil da Beira Alta (STBA), António Ferreira, esclareceu algumas
dúvidas que ainda persistiam, concretamente no que diz respeito ao pedido
de falência. "Têm que pensar no que vão ganhar com isso,
se é dinheiro que pretendem, provavelmente não o vão conseguir",
alertou o advogado. O jurista explicou que, o pedido de falência não
retira o vínculo à entidade empregadora. Portanto se alguém
vier a adquirir a fábrica, "os contratos que ainda existem têm
que ser comprados conjuntamente". O mesmo ocorrerá se houver um plano
de recuperação da empresa. Contudo, Ferreira alerta para o facto
de que um processo de falência poder demorar muito tempo, pelo que, a optar-se
por essa via, os trabalhadores correm o risco de "ficar oito anos à
espera de um hipotético contrato de trabalho".
Carlos João, do Sindicato dos Têxteis da Beira Alta, continua a acreditar
que a Gartêxtil ainda pode voltar a laborar, até porque soube existirem
três interessados em comprar a empresa. Assim, os trabalhadores preferiram
continuar a lutar pelos postos de trabalho e a aguardar mais algum tempo antes
de pedirem a falência.
Carvalho da Silva, Secretário Geral da CGTP, incentivou a luta dos trabalhadores
referindo que "se não se dá visibilidade aos problemas, eles
apagam-se". Considera, também, que os trabalhadores devem fazer pressão
no sentido de exigir uma investigação porque "há muito
dinheiro dos portugueses investido nesta fábrica", que nos últimos
cinco anos declarou um milhão de escudos de lucro por ano.
Ao fim do dia os trabalhadores juntaram-se numa vigília, em frente ao Governo
Civil da Guarda, pela manutenção dos postos de trabalho. A iniciativa
serviu para exigirem a viabilização da Gartêxtil, e a responsabilização
de "todas as partes envolvidas", concretamente através da realização
de uma fiscalização à empresa.
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