Urbi @ Orbi - Quando surgiu o teu gosto pela escrita?
Ana Gonçalves - O meu gosto pela escrita surgiu muito cedo. Mal aprendi
as primeiras palavras, comecei a escrever textos. O meu primeiro texto foi escrito
com cinco anos.
U @ O - Quem te incentivou?
A.G. - Foi a minha mãe que lia os meus textos e dizia que eram bons,
mas à medida que fui crescendo foram, e ainda são, as minhas professoras.
U @ O - Em que é que te inspiras para escreveres?
A.G. - Não me inspiro em muitas coisas, mas este livro foi inspirado
no livro de Alice Vieira, "Flor de Mel". Nesse livro havia uma avó
que contava à neta a história de uma mãe que tinha ido para
debaixo do mar, onde viviam sereias, e se tinha tornado rainha.
U @ O - Há quanto tempo escreveste "O Reino das Sereias"?
A.G. - Escrevi este livro há dois anos, quando tinha onze anos.
U @ O - Como surgiu a oportunidade de editares o teu trabalho?
A.G. - Quando escrevi o livro mostrei aos meus pais e depois à minha
professora de português. Foi ela que o achou suficientemente bom para enviar
a uma editora. Enviamos para três e quem nos respondeu foi a Editora Minerva.
U @ O - E os teus pais, como reagiram a esta ideia?
A.G. - Os meus pais ficaram contentíssimos. Fizeram tudo o que era
necessário para editar o livro.
U @ O - Qual o teu escritor preferido?
A.G. - É a Maria Teresa Maia Gonzalez.
U @ O - No teu livro qual a personagem que mais gostas?
A.G. - O peixinho Euriclato, que aliás parece ser o preferido de todas
as pessoas que lêem o livro.
"A verdade é que este peixe - que era um peixe muito pequeno -
era especial. Era um peixe poeta" (extracto de "O Reino das Sereias")
U @ O - Identificas-te com alguma?
A.G. - Não me identifico pessoalmente com nenhuma personagem.
U @ O - Há alguém que te apoia directamente na correcção
dos textos que escreves?
A.G. - Sim, a minha professora de português, Maria Celeste Nunes. Mostro-lhe
praticamente todos os textos que escrevo. Por vezes até me dá um
pouco de liberdade para ser eu a encontrar os erros e corrigi-los.
U @ O - Quem desenhou a capa do livro?
A.G. - Inicialmente eram para ser os meus colegas mas, por causa da falta
de tempo foi um menino chamado Rodolfo Rodrigues.
U @ O - Como foi a sessão de apresentação?
A.G. - A cerimónia foi organizada pelos meus pais e pela escola que
colaborou imenso. A apresentação foi feita pela professora de português
Maria Celeste Nunes e Cristina Silva minha antiga professora. O encerramento foi
da responsabilidade de Alcina Cerdeira, professora de música.
U @ O - O que acham os teus amigos do teu livro?
A.G. - Todos os que leram gostaram muito.
U @ O - Sobre o que é que gostarias de escrever e nunca escreveste?
A.G. - Nada, porque quando há alguma coisa que quero escrever, escrevo
sempre. Não deixo nenhum projecto por concretizar.
U @ O - Na escola como encaram os teus professores este teu dom?
A.G. - Os professores mais chegados conversam muito comigo e incentivam-me
sempre para continuar. Os outros não falam muito nisso.
U @ O - Como consegues conciliar a escola com o teu gosto pela escrita?
A.G. - Não há muita dificuldade. Depois das aulas venho para
casa, faço os deveres e depois tenho sempre tempo para escrever. Há
sempre tempo livre, isso nunca me falta.
U @ O - Quais são os projectos para a futuro a nível literário?
A.G. - Vou continuar a escrever, mas mais como um passatempo.
"Não vou escrever por obrigação. Não quero
viver da escrita"
U@ O - Qual a tua próxima obra?
A.G. - O meu próximo livro, chama-se "Entre Duas Culturas".
É uma história sobre uma rapariga que vive em Portugal e foge para
a Arábia Saudita.
U @ O - O que queres fazer quando fores mais velha?
A.G. - Quero tirar o curso de Medicina na Universidade da Beira Interior e
ser Obstetra.
U @ O - Vais então deixar de escrever?
A.G. - Não, vou tentar conciliar a profissão com a escrita.
Mas não vou escrever por obrigação. Não quero viver
da escrita.
U @ O - Vês na Internet uma ameaça para os livros?
A.G. - Não, pelo contrário, até acho que é bastante
bom.
U @ O - Gostarias de ter uma página pessoal que divulgasse o teu trabalho?
A.G. - Ainda não pensei nisso, mas acho que era uma boa ideia.
U @ O - Havendo já um Nobel da Literatura em Portugal, sonhas algum
dia poderes ser tu a condecorada?
A.G. - Nunca me ocorreu essa ideia, mas gostaria imenso. Por enquanto ainda
é muito cedo para pensar nisso.
U @ O - Como vês a tua geração?
A.G. - Eu acho que a minha geração é triste. As pessoas
não gostam de ler nem de escrever. Acham a leitura muito aborrecida. Mas
actualmente existem muitos concursos a incentivar a escrita. Assim, a pouco e
pouco, este panorama vai mudar.
U @ O - O que sentes ao ver uma pessoa a comprar "O Reino das Sereias"?
A.G. - Fico muito orgulhosa. É mais uma pessoa que acha o meu trabalho
bom. Até agora todas as pessoas que compraram o livro deram-me os parabéns.
É a concretização de um sonho.
Ana Gonçalves
contou sempre com o apoio dos pais e da professora
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Perfil de uma jovem escritora
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Ana Sílvia Pacheco Gonçalves nasceu a 17 de Dezembro
de 1989 no Fundão.
O gosto pela leitura e redacção surgiu muito cedo,
tendo apresentado textos da sua autoria em vários concursos
infanto - juvenis.
Actualmente frequenta o 8ºano de escolaridade na Escola Básica
EB 2/3 Serra da Gardunha. A disciplina de que mais gosta é
português.
O passatempo preferido de Ana Gonçalves é ler, escrever
e ouvir música.
A jovem escritora confessa: "escrever é para mim uma
necessidade, e sem um livro por acabar não me sinto bem".
"O Reino das Sereias", é uma história subaquática
que a autora escreveu com apenas onze anos.
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