Lei das Finanças Locais
Pinto recusa qualquer "proibição" de autarquias recorrerem
à Banca
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Por Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi
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"Anda tudo doido". É desta forma que o presidente da Câmara
Municipal da Covilhã responde à possibilidade de o Governo proibir
as autarquias de contraírem empréstimos junto à Banca. Para
Carlos Pinto, tal intenção "era regressar ao antes do 25 de
Abril".
"Há uma conquista do 25 de Abril que é a autonomia do Poder
Local. E essa autonomia não é de conversa, mas sim financeira, administrativa
e gestionária. O que alguns senhores deste País querem é
fazer regressar o Poder Local ao tempo anterior à Revolução,
em que todos andávamos a pedir licença a um qualquer secretário
de Estado para comprarmos esferográficas para as câmaras", declara
Pinto. Apesar de veiculada, o autarca acredita que a hipótese não
se irá concretizar, até porque "não a vi assumida por
um nível de responsabilidade política que me preocupe. E prossegue:
"Quando ouvir isso da boca de um ministro ou primeiro-ministro, então
eu levo-a a sério. Pois quem faz propostas de cortar a Lei das Finanças
Locais para os municípios não é alguém que, com certeza,
não sabe o que é a autonomia".
A proposta de proibir as autarquias de recorrerem à Banca, podendo apenas
fazê-lo junto do Tesouro, foi feita pelo economista Vítor Bento,
durante um colóquio sobre o novo Programa de Estabilidade e Crescimento,
na semana passada. Citado pelo Diário Económico, o secretário
de Estado do Orçamento, Norberto Rosa, considerou a proposta como sendo
"uma medida de bom senso", daí ser "algo que o Governo irá
equacionar". Entretanto, e em declarações à Agência
Lusa na passada quinta feira, 23, fonte do Ministério das Cidades e
Ordenamento do Território garante que não está a ser equacionada
qualquer proibição de as câmaras se financiarem directamente
na Banca. A mesma fonte dizia que "os limites no acesso ao endividamento
- por parte das autarquias - são os definidos no Orçamento de Estado
para 2003".
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