Céu Lourenço
NC/Urbi et Orbi




O Ministro da Cultura, Pedro Roseta, presidiu no domingo, 19, a uma sessão solene nos antigos Paços do Concelho, em Castelo Novo. Uma cerimónia que serviu de mote para o arranque da Rota dos Escritores,no mesmo dia em que o poeta beirão Eugénio de Andrade, impedido de estar presente por motivos de saúde, completou 80 anos de idade.
A iniciativa da Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC) integra um total de sete escritores e vai estender-se aos respectivos concelhos. Miguel Torga, Fernando Namora, Aquilino Ribeiro, Carlos de Oliveira, Afonso Lopes Vieira e Vergílio Ferreira compõem a lista de conceituados escritores. Autores que vão ser relembrados com exposições, pequenas obras nas respectivas localidades de nascimento, e outras iniciativas culturais com o objectivo de divulgar a sua obra. Do lote, o beirão Eugénio de Andrade é o único vivo. Facto que motivou o arranque da iniciativa no concelho do Fundão.
Pedro Roseta, também ele beirão, da Covilhã, lembrou as virtudes do escrtitor que nasceu na Póvoa da Atalaia e salientou que "foi nestas terras que o seu espírito se abriu, em que a fugura de sua mãe desabrochou, não só a sua personalidade, como também semeou em si próprio o génio da sua imensa obra". O governante não poupa elogios ao autor, que considera "um dos maiores poetas do século XX", e descreve a sua poesia como "um fulgor irradiante das palavras, de maneirismo depurado, contíguo de expressões e emoções do meticuloso trabalho oficinal constantemente elaborado, concentrada numa essencialidade da palavra e na sua simpliciodade de explorar as suas sonoridades".
Mas a iniciativa pode não se ficar por aqui. De acordo com João Vasco Ribeiro, presidente demissionário da CCRC e principal impulsionador do evento, "o ideal é que o projecto continue a crescer, englobe mais escritores, sobretudo mais jovens, e que se crie um prémio de literatura da Rota dos Escritores".
Para Manuel Frexes, presidente da Câmara do Fundão, a Rota dos Escritores "é o tributo devido por cada um dos autores às raizes de onde brotou a sua obra". O edil congratula-se pela projecção que a iniciativa vai dar ao concelho e às freguesias envolvidas e anuncia para breve a melhoria dos acessos à freguesia, bem como a recuperação do jardim situado em frente à antiga casa do escritor fundanense.



Biblioteca Municipal é "prioridade para o Governo"


As obras para a nova Biblioteca Municipal do Fundão devem arrancar ainda em meados de 2003. A garantia foi deixada a Manuel Frexes, presidente da autarquia fundanense, pelo Ministro da Cultura, Pedro Roseta. Segundo o governante, a candidatura foi aprovada e "é uma prioridade absoluta" para o Ministério.
Para Roseta, é "impensável que que um concelho tão importante e com tanta população como o do Fundão não tenha a sua Biblioteca Municipal", ao contrário do que acontece no resto do País, "que já está coberto por uma rede muito boa de leitura pública".
A estrutura representa, à partida, um investimento de cerca de um milhão e 250 mil euros que serão comparticipados em partes iguais pelo Governo e pela autarquia. As obras deverão arrancar em meados deste ano e a concusão está prevista para 2005.