"Fundão: terras de mistério,
uma história a contar, uma terra a descobrir". É este o slogan
que pretende transformar o concelho num destino turístico por excelência
na Região. O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo,
apresentado na última sessão de Câmara, quinta feira, 9, visa,
segundo o autarca fundanense, Manuel Frexes, "debater e propôr soluções
para a problemática do desenvolvimento do turismo no concelho". O objectivo
passa por atingir, em 2010, as 195 mil dormidas, contra as actuais 40 mil por ano,
levando o Fundão a "tornar-se líder no mercado turístico
regional, do alojamento, refeições e serviços", declara
o presidente da Câmara.
Defendendo uma identidade e características próprias de animação,
Frexes relembra o "potencial enorme" que o concelho possui, desde o Parque
Natural da Serra da Gardunha, Aldeias Históricas, zona mineira, passando
pela Rota do Xisto, a cereja, enchidos, gastronomia, queijo, castanhas, entre outros.
"Não nos sentimos diminuídos quando, por exemplo, há uma
Serra mais alta ao nosso lado. Pelo contrário. Até nos agrada. Queremos
mas é captar o turismo para aqui", esclarece o autarca, frisando que
o "caminho está traçado". Assim, todo o concelho fundanense
vai ser dividido em áreas temáticas. As "Aldeias Medievais",
"Tempo dos Lusitanos", "À descoberta da Mina", "Sentir
o Campo", "A Natureza do Xisto", "Fontes de Harmonia" vão
proporcionar as mais fantásticas histórias aos visitantes.
"A Região de Turismo não tem olhado para nós"
O sector privado é aquele que mais vai investir no Plano, enquanto que
a promoção e desenvolvimento dos projectos está nas mãos
da Câmara Municipal do Fundão. Quanto ao papel da Região da
Serra da Estrela (RTSE) nesta iniciativa, Manuel Frexes revela que "não
é contemplado". "A RTSE devia ter o seu próprio plano
que enquadrasse a Serra da Gardunha e todo o seu potencial", advoga. E continua:
"Infelizmente isso não se tem passado. A Região de Turismo
não tem olhado para nós como sendo prioritários". O
edil fundanense acredita poder, dentro de seis anos, "deter cerca de 30 por
cento da cota de mercado" nesta área.
Representando um investimento global de 73 milhões de euros, onde a autarquia
assegura 23 por cento, as parcerias 25 e o sector privado a maior fatia, o Plano
assenta num conjunto de 36 projectos considerados essenciais para a consolidação
do Fundão enquanto destino turístico. O projecto permitirá
a criação de 543 postos de trabalho directos e cerca de mil e 200
indirectos, isto é, resultantes do apoio à actividade turística.
Os primeiros projectos estão previstos surgir em Junho de 2004, e a "todo
o vapor" em 2005, seguindo-se lançamentos periódicos anuais.
Depois de apresentado o estudo, o próximo passo é a constituição
de uma Comissão Instaladora, responsável pelo lançamento
do Plano.
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