O Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) considera a não
vinculação dos docentes por tempo de serviço uma das medidas
graves apresentadas pelo ministério da Educação acerca da
revisão da legislação sobre cursos. Dulce Pinheiro, do SPRC,
explica que "os professores começam a sua carreira como contratados
e podem aposentar-se ainda sendo contratados". Segundo a dirigente sindical,
"esta medida agrava algumas das piores disposições do projecto
do Código de Trabalho".
A não abertura dos quadros de escola e a recondução de professores
são outras das medidas contestadas. Dulce Pinheiro aponta ainda como sendo
bastante grave o facto do ministério da Educação pretender
impedir "os jovens licenciados e profissionalizados de concorrerem no ano
em que terminam a sua formação". Esta medida pode ainda ser
agravada quando o ministério da tutela prevê ainda a posssibilidade
de "os concursos não serem anuais", afirma. O SPRC explica que
os jovens licenciados "vão ter que esperar até Janeiro para
concorrer e o resultado só sai em Setembro. Na prática vão
esperar mais de um ano para ter emprego", explica Dulce Pinheiro que defende
que "é necessário fazer a revisão da legislação
existente, uma vez que data de 1988". Mas, o Sindicato de Professores da
Região Centro não está de acordo acerca da maneira como as
coisas estão a ser feitas.
De modo a contestar estas medidas o SPRC aprovou em plenários que decorreram
pelo distrito duas moções que fizeram chegar às mão
do Governador Civil de Castelo Branco, sendo uma delas, a aprovada no Fundão,
para enviar para o ministério da Educação.
Nova lei de gestão das escolas
A Fenprof, Federação Nacional de Professores, através do
SPRC, lançou já um abaixo-assinado de protesto à nova lei
de gestão das escolas. "Defender e aprofundar a democracia nas escolas
contra a nomeação de gestores profissionais" é o mote
para contestar a nova medida que o ministério da tutela quer impôr.
Dulce Pinheiro explica que "nós não somos contra a profissionalização
da gestão, mas só se significar dar formação a quem
está na gestão devidamente eleito pelos seus pares". A dirigente
sindical explica que "não concordamos porque fere a lei de bases que
diz que a gestão das escolas é feita por professores". O SPRC
afirma que este sistema "vai ser mais virado para a economia do que para
a pedagogia". "Se esta medida se concretizar vai ser um passo muito
grande no derrube da gestão democrática das escolas".
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