O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR)
já pediu à Câmara Municipal da Covilhã o embargo à
demolição do imóvel que acolheu o primeiro quartel dos Bombeiros
Voluntários. Segundo o director da delegação regional do
IPPAR, José Afonso, a intervenção que estava a ser feita
é ilegal. "O imóvel está dentro das faixas de protecção
e para qualquer intervenção tem que ser solicitado parecer do IPPAR",
explica aquele responsável.
Na quinta feira, 9, dirigiram-se ao local uma jurista e uma historiadora do Instituto
para averiguar a situação. No dia a seguir, sexta feira, foram demolidas
mais partes da fachada e retirados os cabos de electricidade. O imóvel,
apesar de não ser de de interesse público, é propriedade
de um particular e está localizado em pleno Centro Histórico e a
23 metros de um outro edifício situado na Rua 1 de Dezembro, que está
classificado.
Depois de elaborada uma informação interna, o Instituto Português
do Património Arquitectónico, revela José Afonso, enviou,
na segunda feira, 13, um ofício para a autarquia covilhanense, "a
única entidade com capacidade para embargar a obra". "Fizemos
tudo o que estava ao nosso alcance", assegura o director da delegação
regional do IPPAR.
Intervenção "obrigada" a acompanhamento arqueológico
Entretanto, um outro imóvel, situado na Rua 1 de Dezembro, mesmo na parte
traseira da Câmara Municipal, tem sido alvo de curiosidade por parte de
alguns transeuntes. Há já algum tempo que se verifica a existência
de uma grua no local. O edifício ruiu naturalmente.
Confrontado com esta situação, e porque a cisterna do edifício
está classificada como imóvel de interesse público, José
Afonso diz que qualquer intervenção que esteja prevista para o imóvel
"tem que ter o acompanhamento de um arqueólogo". "Tivemos
conhecimento dessa situação por pessoas que entraram em contacto
connosco. Têm que ser tomadas precauções e haver um projecto
de demolição e/ou recuperação enviado ao IPPAR",
informa o responsável pelo organismo, acrescentando que já pediu
informações ao vereador da Câmara serrana com o pelouro do
Urbanismo, João Esgalhado.
Ao que o NC apurou junto do Instituto Português de Arqueologia (IPA), deu
entrada na autarquia, em Setembro de 2002, um pedido para realizar obras na casa.
No projecto é recomendado que as obras sejam precedidas de um trabalho
arqueológico. Ao mesmo tempo, deve ser expressa uma atenção
especial, já que o edifício se encontra "pegado" à
cisterna, bem como a fachada, a qual deve ser mantida e não descaracterizada.
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