O principal tema tratado pelos alunos foi a imigração
Futuros professores apresentam trabalho
A arte de falar em público

Os futuros professores tiveram oportunidade de preparar exposições e apresentar os seus trabalhos ao público em geral. Uma iniciativa que contou também com a colaboração do Laboratório de Sociologia da Educação da Universidade do Algarve.



Por Catarina Rodrigues


Preparar exposições públicas foi o principal objectivo das III Jornadas Abertas de Conferências em Sociologia da Educação realizadas nos dias 10 e 11 de Janeiro, no Pólo IV da Universidade da Beira Interior. A novidade desta terceira edição foi o facto de contar com a participação dos alunos da disciplina de Sociologia da Educação do 4º ano do curso de Língua e Cultura Portuguesas (LCP). As primeiras e segundas jornadas contaram com a participação de alunos de mestrado "um pouco mais experientes nas suas comunicações", explica Alice Tomé, responsável pela organização do evento. A docente considera que "como futuros professores, os alunos de LCP têm que saber comunicar toda e qualquer matéria". Nas aulas, a docente deu conta que os estudantes têm "um medo terrível" de tomar a palavra e foi por isso que decidiu alargar estas jornadas aos próprios alunos de licenciatura.
A iniciativa contou com cerca de cem participantes. Cada aluno teve direito a dez minutos para apresentar o seu trabalho. À semelhança de anos anteriores o Departamento de Sociologia da UBI contou ainda com a participação do Laboratório de Sociologia da Educação da Universidade do Algarve, com apresentações feitas por alunos de mestrado da instituição.
O principal tema tratado foi a imigração com vários painéis dedicados a esta área. A relação entre o professor e o aluno foi outra das temáticas abordadas. Luís Freire, aluno do 4º ano de LCP abordou o tema da "Muticulturalidade dos Povos". Uma apresentação que tratou ideologias e promoção de valores na educação. Luís Freire explica que "este tema é centrado na imigração e no encontro de culturas".
As jornadas contaram com um painel de comentadores constituído por Teresa Pires Carreira, professora na UA, Alice Tomé, docente na UBI e Bernardete Sequeira, da UA. Os moderadores foram Luís Pinto, presidente do Conselho de Estudantes de Sociologia da UBI (CESUBI), Rafael Tomé e Filipe Carreira da UA. Luís Pinto salienta que " a apresentação de trabalhos em público integrados numa disciplina é algo que se devia repetir também noutros departamentos".

 



Apelo ao Governo
Mais investigação para o Ensino Superior



Na intervenção inicial que fez nas II Jornadas Abertas, Alice Tomé referiu que "toda a educação no nosso País tem que ser repensada". A docente explica que em Portugal a educação está mal tanto para o professor como para o aluno. "Os calendários são muito pesados e não há tempo suficiente para fazer investigação", salienta.
A responsável pela organização do evento enalteceu o trabalho realizado pelos alunos nas suas apresentações, "apesar do pouco tempo que tiveram disponível".
Alice Tomé apelou a uma maior reflexão por parte do Ministério da Educação nomeadamente na elaboração de novas leis. "Não basta pôr as leis cá fora, há valores que devem ser mantidos", sublinha.