Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi



Segundo o Ministério do Ambiente, o grupo HLC não cumpriu os requisitos mínimos de saúde pública

Está à beira do fim a polémica em torno da empresa concessionária da Central de Compostagem, a HLC e a Associação de Municípios da Cova da Beira (AMBC), entidade proprietária. A garantia é dada por fonte da administração da Associação, que assegura que "as coisas estão bem encaminhadas e o pesadelo prestes a ser resolvido". Segundo a mesma fonte, são oito milhões de euros que o grupo HLC vai receber. É este o montante acordado entre as várias instituições para pôr termo à relação contratual. "Apurado o valor da concessão, chegou-se a esta verba, que integra o valor das dívidas mais os 15 por cento que os municípios deveriam ter pago, cerca de três milhões de euros", explica. E este responsável da AMCB adianta que, apesar de os documentos finais ainda não estarem fechados, o processo caminha para o desenlace final. "Esta solução vai permitir o saneamento e limpeza da Central de Compostagem", sublinha. Recorde-se e tal como o NC noticiou, o grupo HLC, de acordo com relatórios realizados pelo Ministério do Ambiente, não cumpre os requisitos mínimos em termos de saúde pública e ambiental. Uma "carência" que poderá levar, inclusivamente, a um risco de um desatre ambiental.
Contactado pelo NC, Alcino Meirinhos, administrador-delegado da Associação de Municípios da Cova da Beira, esclarece que o montante "não corresponde à realidade, na medida em que não há nada concreto sobre a possível resolução do contrato com a concessionária, e consequentemente não existem quaisquer valores em referência".

 




Manuel Frexes acredita que a Central vai passar a trabalhar "como deve ser"




Águas do Zêzere e Côa passam a gerir sistema



"Chegou-se a um acordo e é já um dado adquirido que a Águas do Zêzere e Côa vai gerir todo o processo a partir de agora", garante o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes. O autarca mostra-se satisfeito com todos os progressos em torno de uma questão que tem feito correr muita tinta. O desfecho que se avizinha, acentua Frexes, significa que a Central vai "começar a trabalhar como deve ser", apesar de os municípios ainda terem que desembolsar cerca de dois milhões de euros. Um montante, justifica Frexes, necessário para realizar os investimentos de que a estrutura carece. De acordo com edil fundanense, a própria Águas do Zêzere e Côa está já a trabalhar na construção de uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR) que, relembre-se, é um projecto que nunca viu a luz do dia. Em substituição foram construídas duas lagoas artificiais para receber os lixiviados, as quais se encontram completamente cheias.
"O sistema da Cova da Beira passa a ser o mais integrado do País, com a gestão dos resíduos, água e efluentes", remata Manuel Frexes.