A história do teatro e as novas dramaturgias vão ter um lugar de
destaque nas próximas encenações do GICC. Para o ano de 2003,
o programa apresentado por Fernando Sena e Gil Salgueiro Nave, conta com quatro
peças onde os momentos mais importantes da história do teatro ficam
ao lado das novas representações.
O primeiro espectáculo, Uma História Para o Dia, a Mesma Para Quando
For Noite, a estrear já no próximo mês de Fevereiro, é
uma aposta em marcos fundamentais da produção teatral. Visa despertar
o interesse de novos públicos e criar uma maior sensibilidade nos espectadores
mais fiéis.
Esta produção é encenada por um jovem actor e especialista
no teatro de máscaras, Nuno Pino Custódio. Com este trabalho, inspirado
na Comédia Del' Arte, pretende-se, segundo Gil Salgueiro Nave, "dar
continuidade a uma relação informal com espaços não
convencionais". O GICC vai tentar apresentar a peça de Nuno Pino Custódio,
ao ar livre. Uma forma de adequação às necessidades do Teatro
das Beiras, que no ano de 2002 realizou 114 representações, um pouco
por todo o País, incluindo pela primeira vez, a ilha dos Açores.
A esta actividade correspondeu um universo de 11 mil espectadores. Fernando Sena
salientou a importância destes números, "se dúvidas existiam
de que o GICC é conhecido a nível nacional, este último ano
dissipo-as", refere.
A abordagem das dramaturgias e autores contemporâneos, sobretudo portugueses,
como é o caso de Eugénio de Andrade, é a segunda expectativa
do GICC. Para tal, foram escolhidos dois textos de Marcela Costa, uma escritora
madeirense, que servem de guião às peças, Stormy Wheater
e Summertime. Títulos que se vão basear na música jazz. Estes
espectáculos têm data prevista de estreia no próximo mês
de Junho e contam com encenação de Alexandre Barata e Rogério
Bruno.
Ascenção e Queda da Cidade de Mahagonny é a produção
que irá encerrar a temporada. Esta peça, a subir ao palco pela primeira
vez em Outubro de 2003, é um dos espectáculos mais caros realizados
até agora pelo GICC. O texto original, escrito em alemão, pertence
a Bertolt Brecht e Kurt Weill. A tradução está a cargo de
António Conde e a encenação é de Gil Salgueiro Nave.
Para este trabalho, o Teatro das Beiras conta com um elenco de 15 actores e seis
músicos.
O Auto da Índia, em cena desde o ano 2000 e Os Sulcos da Sede poesias de
Eugénio de Andrade, são as peças que transitam para este
ano. Tal deve-se ao facto de estes espectáculos serem ainda muito requisitados.
Nas actividades complementares o GICC, Teatro das Beiras organiza o Festival de
Teatro da Covilhã. Entre os dias 25 de Outubro e 8 de Novembro de 2003,
realiza-se a 23.ª edição desta iniciativa. Para a mesma data
está ainda agendada, na cidade do Fundão, a 2.ª edição
dos Encontros Vicentinos.
Esta companhia independente de teatro, conta com um orçamento anual de
325 mil euros (65 mil contos). Do Ministério da Cultura, o GICC recebe
um subsídio de 175 mil euros (35 mil contos), as restantes verbas são
provenientes de acordos com várias entidades e vendas de espectáculos.
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