Trinta e cinco músicos, na sua maioria antigos alunos da Escola Profissional
de Artes da Beira Interior (EPABI), formaram a Orquestra Clássica que no
passado sábado, 4, subiu ao palco do Teatro Cine da Covilhã. A formação
juntou-se especialmente para o primeiro concerto de Ano Novo ao qual assistiram
cerca de mil pessoas. A Orquestra foi apresentada pelo maestro Vitorino d' Almeida
e dirigida pelo maestro António Costa.
O espectáculo, dividido em duas partes, começou com a abertura da
ópera "As Bodas de Fígaro" de Mozart. Seguiu-se a valsa
"Vozes da Primavera" de Strauss e a "Dança Eslava nº
7 e nº 8" de Dvorák. A segunda parte do concerto foi inteiramente
dedicada a Strauss. Foi possível ouvir a abertura da opereta "O Morcego"
e as valsas "Rosas do Sul", "O Sangue Vienense" e "Danúbio
Azul". A famosa marcha de "Radetsky" pôs fim ao concerto.
António Costa lembra que "esta iniciativa nasceu a partir de um convite
feito pela Câmara Municipal da Covilhã" e acredita que "este
será o motor para outras organizações do género".
O maestro fez questão de formar a orquestra com a maioria de alunos saídos
da EPABI e arriscou fazer o concerto com apenas um dia de ensaios. "Estas
iniciativas são uma forma de lutar contra a desertificação
e contribuem para que alunos que estão a estudar fora voltem à cidade",
salienta. Quanto à criação de uma Orquestra na Covilhã,
António Costa afirma estar disponível para dar continuidade a projectos
que lhe sejam colocados.
Vitorino d' Almeida sublinhou a importância dos concertos de Ano Novo que
considera serem uma "boa tradição". O maestro apoia a
criação e o desenvolvimento de uma nova orquestra seja onde for.
A vereadora da cultura na Câmara da Covilhã afirma que "a partir
daqui tudo é possível". Maria do Rosário Rocha levanta
um pouco o véu e explica que este ano estão vários projectos
na forja. "Podemos falar de várias actividades, como concertos de
Primavera na Praça do Município", revela. Música de
Broadway é também uma das possibilidades.
O Concerto de Ano Novo foi o primeiro espectáculo integrado na itinerância
intermunicipal ao nível da cultura. Uma ideia que partiu do presidente
da autarquia covilhanense, Carlos Pinto, e que inclui também as Câmaras
Municipais da Guarda e de Castelo Branco. Desta vez o espectáculo resultou
de uma parceria entre as autarquias covilhanense e albicastrense. Teve lugar na
Covilhã, no dia 3, e no dia 4 foi a vez da cidade Castelo Branco receber
o concerto de Ano Novo no Cine Teatro Avenida. O mesmo espectáculo teve
ainda lugar no Unidos do Tortosendo, no domingo, 5 de Janeiro. O conjunto dos
três concertos custou cerca de 26 mil euros.
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