Por Catarina Rodrigues


Esta iniciativa poderá ser o primeiro passo para a criação de uma Orquestra na Covilhã

Trinta e cinco músicos, na sua maioria antigos alunos da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI), formaram a Orquestra Clássica que no passado sábado, 4, subiu ao palco do Teatro Cine da Covilhã. A formação juntou-se especialmente para o primeiro concerto de Ano Novo ao qual assistiram cerca de mil pessoas. A Orquestra foi apresentada pelo maestro Vitorino d' Almeida e dirigida pelo maestro António Costa.
O espectáculo, dividido em duas partes, começou com a abertura da ópera "As Bodas de Fígaro" de Mozart. Seguiu-se a valsa "Vozes da Primavera" de Strauss e a "Dança Eslava nº 7 e nº 8" de Dvorák. A segunda parte do concerto foi inteiramente dedicada a Strauss. Foi possível ouvir a abertura da opereta "O Morcego" e as valsas "Rosas do Sul", "O Sangue Vienense" e "Danúbio Azul". A famosa marcha de "Radetsky" pôs fim ao concerto.
António Costa lembra que "esta iniciativa nasceu a partir de um convite feito pela Câmara Municipal da Covilhã" e acredita que "este será o motor para outras organizações do género". O maestro fez questão de formar a orquestra com a maioria de alunos saídos da EPABI e arriscou fazer o concerto com apenas um dia de ensaios. "Estas iniciativas são uma forma de lutar contra a desertificação e contribuem para que alunos que estão a estudar fora voltem à cidade", salienta. Quanto à criação de uma Orquestra na Covilhã, António Costa afirma estar disponível para dar continuidade a projectos que lhe sejam colocados.
Vitorino d' Almeida sublinhou a importância dos concertos de Ano Novo que considera serem uma "boa tradição". O maestro apoia a criação e o desenvolvimento de uma nova orquestra seja onde for. A vereadora da cultura na Câmara da Covilhã afirma que "a partir daqui tudo é possível". Maria do Rosário Rocha levanta um pouco o véu e explica que este ano estão vários projectos na forja. "Podemos falar de várias actividades, como concertos de Primavera na Praça do Município", revela. Música de Broadway é também uma das possibilidades.
O Concerto de Ano Novo foi o primeiro espectáculo integrado na itinerância intermunicipal ao nível da cultura. Uma ideia que partiu do presidente da autarquia covilhanense, Carlos Pinto, e que inclui também as Câmaras Municipais da Guarda e de Castelo Branco. Desta vez o espectáculo resultou de uma parceria entre as autarquias covilhanense e albicastrense. Teve lugar na Covilhã, no dia 3, e no dia 4 foi a vez da cidade Castelo Branco receber o concerto de Ano Novo no Cine Teatro Avenida. O mesmo espectáculo teve ainda lugar no Unidos do Tortosendo, no domingo, 5 de Janeiro. O conjunto dos três concertos custou cerca de 26 mil euros.