O sector das confecções dos concelhos da Covilhã e Belmonte
começou o ano da pior forma. Na passada quinta feira, 2 de Janeiro, cerca
de 250 trabalhadores ficaram desempregados. A empresa A. D. Lopes no Tortosendo
fechou as portas atirando para o desemprego cerca de 70 pessoas. A empresa tinha
dívidas ao fisco e à Segurança Social e foi encerrada por
ordem judicial. Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira
Baixa (STBB) explica que "havia um processo de falência em curso, mas
a criação de uma empresa dentro daquela previa a absorção
dos postos de trabalho, o que acabou por não acontecer". Agora segue-se
o processo normal de reclamação de créditos.
Entre a maioria dos trabalhadores da empresa reinava a tristeza. Maria Gabriela
Marques, trabalha na A. D. Lopes há 12 anos. Apesar de tudo afirma que
está "solidária com a entidade patronal" e mostra-se confiante
no futuro.
As Confecções Paulenses, no Paul, deixaram no desemprego cerca de
60 pessoas. Para completar o cenário negro que se viveu no segundo dia
do ano, as confecções Carveste, no concelho de Belmonte, concretizaram
um despedimento colectivo de 89 pessoas. Segundo Garra "a empresa pretendia
atingir o número de 400 trabalhadores, mas pensava-se que isso ia ser feito
de forma progressiva, sem prejuízos sociais". Esse número foi
agora conseguido com o despedimento colectivo, mas apanhou os trabalhadores e
o sindicato de surpresa.
O presidente do STBB mostra-se ainda preocupado com a situação das
confecções A, C & B também no Paul, "uma vez que
a empresa parou uma linha de produção". Luís Garra não
poupa críticas ao Governo e ao Plano de Intervenção para
a Beira Interior, apresentado por Bagão Félix a 25 de Outubro do
ano passado. O referido plano consiste num conjunto de medidas que apostam na
protecção social e em acções de formação.
"Trata-se de um plano de gestão do desemprego" afirma Garra,
acrescentando que "estas propostas não conseguem ,de forma nenhuma,
resolver os problemas existentes".
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