A reintrodução das portagens na
CREL colocou na ordem do dia a possibilidade do pagamento de portagens na Auto-Estrada
da Beira Interior. Com esta medida tomada pelo Governo de Durão Barroso aumentaram
também os protestos. O Diário de Notícias de 2 de Janeiro anunciava
a apresentação de uma Frente Nacional Antiportagens marcada para o
próximo dia 11. Esse movimento poderá incluir utentes da Grande Lisboa,
Grande Porto e Beira Interior.
Jorge Fael, membro fundador da Comissão de Utentes da Auto-Estrada da Beira
Interior sublinha que "ainda nada é certo" mas afirma estar disponível
para "participar num movimento nacional". Fael salienta que "na última
visita que fez ao distrito de Castelo Branco, o secretário de Estado das
Obras Públicas, Vieira de Castro, não disse nem que sim nem que não
às portagens no interior do País". O membro fundador da Comissão
de Utentes frisa que "face ao fantasma que paira no ar, a acção
de cada movimento é importante".
No ano passado este organismo participou num encontro nacional, não só
de comissões contra as portagens, mas também em defesa de questões
relacionadas com a água, a educação e a saúde. Nesse
encontro, onde estiveram presentes vários movimentos, discutiu-se a possibilidade
do Governo implementar portagens. "Esta situação não tem
fundamentos", refere Jorge Fael, acrescentando que "não há
sequer alternativa à Auto-Estrada da Beira Interior".
Miguel Nascimento, vereador da oposição na Câmara Municipal
da Covilhã está de acordo com esta ideia. Para o socialista "trata-se
de uma questão lamentável sobre uma matéria de interesse nacional".
Nascimento considera que não faz sentido uma região tão penalizada
economicamente como o interior seja ainda mais prejudicada com as portagens."
O autarca lembra que o Governo já teve vários avanços e recuos
sobre esta matéria. "A questão orçamental não pode
ser resolvida à custa do chamado elo mais fraco", refere o vereador,
que se afirma disponível para estar ao lado da Comissão de Utentes
ou de outros movimentos que possam surgir.
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Na sua última vinda ao distrito de Castelo Branco, Vieira de Castro
não disse sim, nem não à implementação
de portagens no interior do País
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Parece haver unanimidade entre utentes e o poder político da região.
Todos dizem não às portagens. Alçada Rosa, vice-presidente
da Câmara Municipal da Covilhã, afirma que a posição
da autarquia se mantêm. "Achamos que o interior do País deve
ter condições privilegiadas na utilização desta via,
na medida em que não existe alternativa", explica. Alçada Rosa
sublinha que é fundamental ter auto-estrada, mas "sem que as populações
desta zona sejam penalizadas com um serviço que não lhes compete
pagar". A Região de Turismo Serra da Estrela e o NERCAB (Núcleo
Empresaria do distrito de Castelo Branco), também já se manifestaram
contra a implementação de portagens no interior.
Jorge Fael afirma ter recolhido duas mil e 500 assinaturas em apenas um mês.
"Por parte da população há disponibilidade em defender
um interesse que é de todos", salienta. Este membro da Comissão
de Utentes considera importante que todos manifestem a sua posição
porque "o País não pode ser coberto de portagens".
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