O presidente da Comissão de Coordenação da Região
Centro (CCRC), João Vasco Ribeiro, anunciou na quinta feira, 19, que vai
abandonar o cargo, por divergências políticas com o ministro das
Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Isaltino Morais.
Indicado pelo governo socialista, João Vasco Ribeiro pediu ao ministro
a cessação da comisssão de serviço. O que terá
levado este responsável a abandonar o cargo terá sido a nomeação
de mais uma coordenação do Programa Operacional do Centro (POC),
que contraria a proposta de emagrecimento da estrutura de gestão apresentada
pelo demissionário, e que contemplava apenas um coordenador para a área
geográfica do Côa e da Serra da Estrela.
João Vasco Ribeiro contesta o facto de, "ao arrepio das decisões
do Governo de contenção de défice", o ministro ter nomeado
"um coordenador para o Vale do Côa". "Lembrei ao ministro
que mais um coordenador corresponde ao pagamento de doze técnicos superiores"
afirma o demissionário. João Vasco Ribeiro lamenta o facto do ministro
não ter acolhido as suas propostas de alteração na estrutura
do POC e defende que a nomeação de um novo coordenador para o Côa
"irá agravar a despesa e inviabilizar a manutenção da
estrutura de apoio técnico", que considera fulcral para a dinamização
daquele instrumento. A estrutura de apoio do POC inclui 86 efectivos e 22 contratados-
18 dos quais técnicos superiores, para os quais João Vasco Ribeiro
diz não ter recebido garantias de renovação de contratos.
Na despedida, o demissionário critica a "falta de investimento estruturante
na região, não só por este Governo, mas também, em
parte, pelos anteriores". "Há um défice de investimento
compensador pelo esforço autárquico" considera Ribeiro. E adianta
ser "imcompreensíveis" alguns atrasos e falta de decisões
em algumas obras, como o Hospital Pediátrico de Coimbra. João Vasco
Ribeiro espera, porém, que as mudanças na CCRC tragam "mais
qualidade e no sentido de afirmação da região".
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