Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi




Mais de cem famílias da Barroca Grande vão poder fazer a escritura das suas casas e pôr um ponto final a uma situação insustentável que viviam há anos. Foi esta a grande notícia dada no domingo, 22, naquela localidade do Couto Mineiro, pela assinatura do protocolo de entrega de certidões da propriedade horizontal das casas da Beralt Tin, entre esta empresa e a Câmara Municipal da Covilhã. "A Beralt Tin era possuidora de um conjunto de habitações. A partir do momento em que se reduziu bastante o número de trabalhadores, as casas passaram a estar à venda. Mas estas não estavam legalizadas, uma vez que não existia uma operação de loteamento que permitisse essa regularização", explica o presidente do município, Carlos Pinto, que entregou simbolicamente a dez pessoas as certidões de habitabilidade. "Era um problema gravíssimo que agora está resolvido", refere o autarca, salientando o "grande passo" que se deu para a requalificação de toda aquela área do Couto Mineiro. A partir de agora, declara Pinto, vai ser possível intervir e lançar as acções necessárias para a melhoria geral daquela zona, de onde se destacam a iluminação pública, arruamentos e infra-estruturas de saneamento. Algo impossível de realizar até à data, já que a Câmara Municipal não tinha qualquer jurisdição no Couto Mineiro.
O dia, considerado "histórico" pela população, foi ainda preenchido pelas inaugurações da casa mortuária e salão paroquial, sede da Junta de Freguesia da Aldeia de São Francisco e delegação desta na Barroca Grande. A ocasião serviu também para homenagear o padre Américo, um símbolo da comunidade mineira, pelas suas bodas sacerdotais. A adjudicação da construção da escola primária e jardim de infância da Barroca, outra das grandes aspirações da comunidade mineira, foi igualmente concretizada. A obra, orçada em cerca de 550 mil euros, estará concluída, segundo a vereadora com o pelouro da Educação, Maria do Rosário Pinto da Rocha, em Outubro de 2003, altura do início do ano lectivo.
O presidente da Junta de Freguesia, José Luís Campos, espelhava a satisfação geral da população. "É um dia de grande orgulho para uma terra onde não havia nada, só degradação", declara o autarca, frisando que a inauguração de todas estas obras e assinatura de protocolos, são "fulcrais" para o Couto Mineiro. "Tudo vai mudar", garante José Luís Campos. O presidente da Junta lançou ainda o repto a Carlos Pinto para que transforme o antigo refeitório, onde decorreram as cerimónias, num polidesportivo. Um pedido que o edil covilhanense vai analisar.
Também o problema das acessibilidades foi, uma vez mais, recordado. Mas neste ponto, as notícias são igualmente favoráveis para o Couto Mineiro. Em breve, assegura o presidente do município serrano, vai ser entregue o projecto da estrada da Barroca Grande até ao rio, bem como o lançamento da via entre o Pereiro e São Jorge da Beira. "Também a estrada que termina no rio vai continuar para o Ourondo", garante Carlos Pinto.

 



Couto Mineiro vai ter parque industrial



A criação de iniciativas de emprego na Barroca Grande foi outra das grandes novidades anunciadas por Carlos Pinto. Apostado em promover a requlificação de toda aquela zona do Couto Mineiro, o autarca covilhanense pretende lançar o desafio ao Governo para que este, através de decreto-lei, crie uma zona de localização prioritária. Essa zona, que irá agrupar os parques industriais do Canhoso e Tortosendo, poderá igualmente integrar um futuro pólo industrial a implantar na Barroca Grande. Questionado acerca de quando é que estarão reunidas as condições para se avançar com este projecto, Pinto aponta o mês de Janeiro para se começar a trabalhar na ideia. Quanto à empresa que poderá vir a mediar essa iniciativa, o político refere que vai iniciar-se a "análise, no seio do Conselho de Administração do Parkurbis, a possibilidade deste assumir essa responsabilidade". O presidente da Câmara da Covilhã adianta ainda que "há trabalho que justifique a criação de um gabinete próprio para conduzir os assuntos do Couto Mineiro".