Gardunha
Túnel II abre em Outubro de 2003
O segundo túnel na Gardunha vai estar
pronto em Outubro de 2003. É essa a garantia dada pela SCUTVIAS, concessionária
da A23. No entanto, já se vê a luz de um lado para o outro do túnel,
que terá uma extensão de 1600 metros.
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João Alves
NC/Urbi et Orbi
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As obras de perfuração do segundo túnel da Gardunha foram
concluídas na passada sexta feira, 13. Numa cerimónia cheia de simbolismo,
o secretário de Estado das Obras Públicas, Vieira de Castro, viu
cair a última parede que separava a ala norte e a sul do rasgo feito na
Gardunha. Segundo as SCUTVIAS, empresa que tem a concessão da A23, as obras
estarão concluídas daqui menos de um ano, ou seja, em Outubro de
2003 já se poderá circular no túnel.
Recorde-se que as obras de perfuração da Serra da Gardunha iniciaram-se
em Setembro de 2001, na freguesia de Alpedrinha (a Sul) e em Novembro na ala norte,
na freguesia de Alcongosta. O segundo túnel situa-se a nascente e é
sensivelmente paralelo ao que já está em serviço desde 1997.
Com este segundo rasgo, o atravessamento da Gardunha passará a ser feito
em quatro faixas de rodagem, ou seja, duas por cada túnel. A nova infra-estrutura
tem 1600 metros e está afastada, em relação ao primeiro túnel,
com distâncias entre os 40 e 75 metros. Prevê-se a construção
de quatro galerias transversais de ligação entre o segundo túnel
e o já existente, três pedonais e uma de veículos. Segundo
o responsável pela obra, Nuno Leitão, perfurar pelo lado norte foi
uma tarefa "difícil", já que esta era uma zona "com
terras feitas de muito saibro". Por isso, foi preciso reforçar os
meios humanos e materiais no local
Alpedrinha não desiste do nó de acesso
Durante a cerimónia que assinalou o final da
perfuração do túnel, o presidente da Junta de Freguesia de
Alpedrinha, Francisco Roxo, aproveitou para abordar Vieira de Castro, para saber
quais as hipóteses da freguesia em ter um nó de acesso à
Auto-Estrada. Primeiro, o secretário de Estado lembrou que qualquer decisão
deste âmbito toma-se "no domínio da técnica e não
no do porreirismo". Vieira de Castro, momentos antes, lembrava que a inserção
de nós nestas vias era uma questão "muito complicada",
pois para além de trazer mais investimento, também traz "mais
insegurança". E garantia que nunca seria a favor da transformação
de auto-estradas em "avenidas". Após a insistência dos
responsáveis de Alpedrinha, Vieira de Castro acabou por prometer que o
Instituto de Estradas de Portugal iria estudar a questão, pelo que iria
mandar deslocar ao local técnicos do Instituto. Porém, o secretário
de Estado fez questão de lembrar Roxo que "o facto de vir um técnico
não quer dizer que tenham um nó de acesso". Relembre-se que
desde que a Auto-Estrada da Beira Interior foi construída, bem como os
túneis, Alpedrinha deixou de ser um ponto de passagem nas deslocações
para Lisboa ou Castelo Branco. A partir daí, e depois do nó de acesso
ser feito em Castelo Novo, a população sempre reinvindicou um nó
próprio, manifestando-se contra o Governo da altura. O protesto foi tal
que até boicotes às eleições houve na freguesia fundanense.
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