A tradição de reunir alguns troncos e raízes para fazer
o madeiro em Belmonte está em perigo. Os mancebos que vão à
inspecção militar, este ano, não se terão conseguido
juntar para fazer a fogueira e a recolha de troncos ainda não foi feita.
Amândio Melo, presidente da Câmara Municipal de Belmonte, garante
que a tradição se vai manter e que "se não forem os
mancebos a fazer o madeiro, alguém vai continuar com a tradição".
A fogueira é acesa junto ao Castelo na noite da Consoada. A tradição
dita que as famílias e os amigos se juntem em volta do madeiro e que o
convívio impere. Antigamente, as pessoas roubavam a madeira e a fogueira
fazia-se junto à Igreja Matriz. Em 1940, o madeiro passou a arder junto
ao Castelo. Cabe aos mais jovens manter a fogueira a arder. Os mais velhos incentivam
os mancebos de modo a que o fogo não se apague.
Ao longo da noite surgem os cânticos de Natal e também o hino de
Belmonte. Os sinos tocam e adivinha-se a altura de ir para a Missa do Galo. O
madeiro continua a ser guardado por alguns jovens, enquanto outros regressam a
casa.
Toda esta tradição pode estar comprometida. Mas, a vontade de manter
a tradição ainda é muita. O Agrupamento de Escuteiros admite
pegar novamente na iniciativa e cumprir, assim, o que todos os anos se faz. A
população não quer esquecer a tradição que
se cumpre desde sempre.
Amândio Melo garante que a tradição se vai manter até
porque "todas as localidades do concelho têm madeiro e vão continuar
a tê-lo". O autarca belmontense anuncia ainda que a autarquia está
a promover um Concurso de Madeiros do Concelho de Belmonte. A Câmara Municipal
pretende, assim, premiar o maior madeiro. Nas escolas do 1º Ciclo e Jardins
de Infância está ainda a decorrer um concurso de presépios
que tem como objectivo aproximar os mais jovens das tradições da
região.
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