Controlo e informação de tráfego,
contagem e classificação de veículos, pesagem dinâmica,
controlo de tempo, verificação de acidentes, informações
meteorológica, informação aos utentes e controlo das chamadas
dos postos SOS. São estas, em suma, as funções desempenhadas
do Centro de Assitência e Manutenção (CAM) que está a
funcionar na Lardosa, junto à Auto-Estrada da Beira Interior (A23). Com várias
câmaras instaladas no terreno, na estrada, nós e túneis, é
possível a este Centro controlar todas as acções que acontecem
nesta via, qual "Big Brother" da Auto-Estrada, dia e noite. São
entre 4 a 5 os operadores de serviço, que dispõem de 27 monitores
de TV, em circuito de fechado, que permitem ver o que acontece, ao mesmo tempo,
nas Mouriscas, na Soalheira, ou por exemplo, noutro extremo, na Guarda.
Através deste sistema é possível saber quantos automóveis
percorrem os 178 quilómetros de via entre Abrantes e Pinhel, bem como estebelecer
médias de velocidade, ou aceder a qualquer local onde tenha havido uma avaria.
Toda a informação recolhida é posta numa base de dados e o
Centro está directamente ligado ao Instituto de Estradas de Portugal (IEP).
Este local foi na passada sexta feira, 13, visitado pelo secretário de Estado
das Obras Públicas, Vieira de Castro, que gostou tanto do que viu, que pediu
à SCUTVIAS um dossier actualizado para ceder ao governo argelino, cujo um
dos responsáveis se encontrava em Portugal, de modo a que este país,
que está a "apostar fortemente neste sector", pudesse retirar ideias
e inspirar-se no modelo levado a cabo pela SCUTVIAS. "Não estou surpreendido.
Este centro é igual ou melhor aquilo que se vê no resto da Europa.
Pensava que não estava aqui tanta alta tecnologia" afirma Vieira de
Castro.
Ao longo da Auto-estrada, para além do CAM da Lardosa, dois outros vão
ser construídos, um em Envendos e outro junto a Belmonte, no semestre de
2003. A A23 terá áreas de serviço em Abrantes, Fratel, Castelo
Branco, Guarda e Covilhã. Nesta última cidade, deverá estar
concluída no segundo semestre de 2003. A conclusão da Auto-estrada
deverá ocorrer no final de 2003, mas segundo a SCUTVIAS, o ritmo das obras
está a decorrer muito rapidamente, pelo que este prazo pode ser antecipado.
"Nim" às portagens
Menos explicíto, contudo, foi Vieira de Castro quanto confrontado com
a hipótese da A23 ter portagens. Depois do anúncio de que a CREL
iria, a partir do próximo ano, ser paga pelos utilizadores, o secretário
de Estado recusou referir-se especificamente à Auto-estrada da Beira Interior,
mas lá foi explicando que, em 2008, quando todas as concessões SCUT
estiverem no seu terceiro ano de funcionamento, o Estado terá a pagar 130
milhões de contos a pagar às concessionárias. Tendo em conta
que nesta altura, para investir em estradas, o Estado terá 148 milhões
de contos, após o pagamento às concessionárias, "sobram
18 milhões para investir ou reparar vias. Este é um problema do
País". Vieira de Castro continua a dizer que não sabe se haverá
portagens, pois o Governo "ainda não decidiu nada", mas salienta
que o Governo seria irresponsável se "não explicasse esta realidade
aos portugueses". E garante que o princípio do utilizador/pagador
é aplicado "na maioria dos países da Europa".
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