Como se festeja o Natal
na Ucrânia? Oxana, Alexander e dois Yuri´s são quatro ucranianos
que vivem na Covilhã e que explicaram as tradições da data
que se aproxima. Coube a Oxana ser a "guia" pelas tradições
de Natal do seu país, uma vez que se pronuncia num português quase
perfeito. E se o dia 25 de Dezembro, em Portugal e em outros países católicos,
é a data em que se festeja o nascimento de Cristo, na Ucrânia é
diferente.
Os festejos natalícios, "sviatki", iniciam-se a 6 de Janeiro, Dia
de Reis, em Portugal. "Nessa noite temos 13 pratos todos diferentes, mas há
um que é especial e que comemos antes de todos os outros", explica Oxana.
E esse prato "especial" chama-se "kuthiá". Infelizmente,
Oxana não consegue explicar em português a sua confecção.
A ucraniana chama também a atenção para o facto da gordura
ser posta de lado, nesse dia.
Depois do verdadeiro "banquete", a noite ainda está no início.
"Ninguém dorme. Mascaramo-nos todos e saímos para as ruas, entoando
cântigos de Natal", conta Oxana, revivendo por alguns momentos o "seu"
Natal, que já não o comemora na Ucrânia vai para dois anos.
A alegria e boa disposição é a nota dominante, numa noite que
é sempre fria e agraciada pela neve. Durante toda a noite, as portas das
casas estão abertas para quem quiser entrar. As crianças recebem chocolates,
bolachas ou dinheiro. Já os adultos agradecem uma bebida quente ou então
a tradicional vodka. "Há muita alegria e as pessoas fazem da rua o palco
da festa", diz Oxana, ao mesmo tempo que se refugia no ucraniano para explicar
aos amigos o que se passa, ainda que Alexander e os dois Yuri's percebam mais ou
menos o que é dito.
Couves e bacalhau subsituem ementa tradicional
Os emigrantes ucranianos, abertos a novas tradições e hábitos,
e porque também já veêm em Portugal e na Covilhã o
País e cidade que os acolhe, vão comemorar o dia 25 de Dezembro.
"Vamos fazer uma festa e não há problema nenhum em comer o
bacalhau com as batatas e couves". Questionados sobre o que pensam do Natal
português, cabe, uma vez mais a Oxana expressar uma opinião. "As
pessoas ficam em casa e não saem para cantar nas ruas, como nós.
O nosso Natal é mais alegre", considera a ucraniana que fala por experiência
própria, pois já teve oportunidade de festejar a data com uma família
portuguesa. Apesar das diferenças, há sentimentos e votos iguais
nos dois países. O desejo de um mundo melhor, mais solidário, onde
a paz perdure.
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