O modelo de gestão empresarial com capitais exclusivamente públicos
já está em funcionamento no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB).
A nova administração presidida por Miguel Castelo Branco foi apresentada
na passada terça feira, 17. Para além deste médico fazem
ainda parte do Conselho de Administração os executivos Vasco Teixeira
Lino (ex-gestor da Nova Penteação) e António Moreira (gestor
de empresas). O director clínico, João Gomes e o director de enfermagem
António Paulo pertencem, por inerência, ao Conselho de Administração
do CHCB e será a nova gerência a decidir se vão ou não
continuar em exercício.
Fernando Andrade, presidente da Administração Regional de Saúde
(ARS) do Centro garante que o Centro Hospitalar "vai continuar a ser geral
e tendencialmente gratuito". O responsável assegura que o novo modelo
de gestão permitirá uma maior rapidez e qualidade no atendimento
do utente. O orçamento do CHCB passa a ser feito em função
dos serviços prestados como consultas, cirurgias ou exames, isto é,
passa a ser calculado em função da produção do próprio
hospital e não dos duodécimos como era feito até aqui.
A ligação à Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade da Beira Interior, irá permitir que o CHCB tenha um "tratamento
especial" na atribuição do orçamento. Fernando Andrade
explica que "se por um lado o hospital ensina, por outro, isso obriga a uma
diminuição da produção". O responsável
sublinha que 20 a 30 por cento da produção é prejudicada
pelo ensino. Um factor que segundo o presidente da ARS Centro será considerado
pelo Ministério da Saúde.
Com um capital social de 19 milhões e 95 mil euros o Centro Hospitalar
ainda não tem definido o valor do seu passivo. As contas da gerência
anterior serão analisadas nos próximos 45 dias pela nova administração
em conjunto com um revisor de contas.
Reforço do pessoal
Existe agora uma nova entidade que é o Centro Hospitalar Cova da Beira,
Sociedade Anónima (SA). Fernando Andrade defende o reforço do quadro
do pessoal e a manutenção dos postos de trabalho existentes. "É
consensual que é preciso um reforço do pessoal", refere. As
novas contratações serão feitas por contrato individual de
trabalho. Na opinião do presidente da ARS do Centro, o facto deste reforço
ainda não ter sido feito "é positivo" porque essa oportunidade
é deixada à nova administração que deverá agora
definir onde há maiores necessidades.
Miguel Castelo Branco afirma que "compreender as dinâmicas da casa
e avaliar o que pode ser melhorado nos vários serviços são
as principais prioridades". O novo administrador considera que " é
fundamental a reorganização interna para responder às necessidades
da população".
O Centro Hospitalar Cova da Beira faz parte dos 34 hospitais do País que
o Governo de Durão Barroso decidiu transformar em empresas. Uma situação
que segundo os responsáveis não significa a privatização
dos hospitais, mas sim uma gestão empresarial com capitais públicos.
O CHCB tem receitas próprias mas, os grandes investimentos serão
feitos através do PIDDAC e têm que ser decididos, segundo Fernando
Andrade, "a um nível superior".
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