Radão foi tema de Jornadas Nacionais
Instituto Nuclear recusa alarmismos na região
O distrito da Guarda tem concentrados elevados
níveis de radão. Porém, nas jornadas nacionais, o Instituto
Tecnológico e Nuclear recusa alarmismos.
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Hélder Sequeira
NC/Urbi et Orbi
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Decorreram na passada semana, na cidade da Guarda, as primeiras jornadas nacionais
sobre radão e radioactividade natural. Esta iniciativa juntou diversos
especialistas na matéria, os quais lançaram o alerta sobre os efeitos
da exposição àquele gás, radioactivo, tendo divulgado
algumas das técnicas de prevenção.
No distrito da Guarda, e de acordo com a cartografia do radão em Portugal,
estão concentrados elevados níveis daquele gás. Para o director
do departamento de Protecção Radiológica e Segurança
Radiológica do Instituto Tecnológico e Nuclear (DPSNR), Fernando
Carvalho, é fundamental que não se criem alarmismos sobre a questão.
Segundo aquele técnico, o mais importante é detectar a sua presença
de forma a minimizar os seus efeitos nocivos. Conceição Faísca,
do DPSNR, salienta que o radão se encontra presente em rochas graníticas
e tem a tendência a acumular-se no interior de edifícios. Assim,
se tivermos em conta que o tempo de permanência nas nossas residências,
cujo isolamento é cada vez melhor, aumenta a exposição ao
radão, com danos subsequentes nos tecidos pulmonares. Estas influências
podem originar o desenvolvimento de um cancro, pelo que "é de todo
conveniente conhecermos os níveis de concentração da região
onde residimos" adverte aquela especialista.
A entrada do gás radioactivo numa habitação ocorre, por norma,
pelas zonas de contacto com a superfície do terreno, designadamente, fissuras
na laje do chão ou nas juntas de canalização mal vedadas.
Embora em menor proporção, os materiais de construção
também podem contribuir para a sua concentração no interior
dos edifícios.
Carvalho Rodrigues diz que não existe propriamente um solução
para o problema e a resposta mais adequada passa por minimizar os efeitos nocivos
do radão, recorrendo a técnicas de construção, que
são bastante simples. Vasconcelos Paiva, engenheiro civil, defende a inclusão
de caixa de ar e de membranas impermeáveis ou outras barreiras junto ao
solo das habitações. Para além disso sublinha a necessidade
de serem escolhidos materiais que têm baixos níveis de radioactividade
natural. Para os edifícios já construídos, Conceição
Faísca refere que a alternativa é favorecer a ventilação
natural, selar todas as fendas existentes no pavimento ou juntas de tubagem, de
modo a impedir as entradas do radão do solo para a zona ocupacional.
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