Toxicodependência
CAT da Covilhã em gestão corrente

As remodelações efectuadas pelo Governo levaram o Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) da Covilhã a uma situação de gestão corrente. O Instituto de Drogas e Toxicodependência (IDT) é o novo organismo que regula a estratégia de combate ao consumo das drogas.

Laura Sequeira
NC/Urbi et Orbi


O Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) da Covilhã está em gestão corrente. A situação deve-se a mudanças efectuadas pelo Governo no que diz respeito ao organismo regulador de todos os Centros de Atendimento a Toxicodependentes. O Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT) é o novo organismo que passa a regular a estratégia de combate ao consumo de drogas e vem substituir o Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência (SPTT) e o Instituto Português da Droga e da Toxicodependência (IPDT).
Fonte ligada ao CAT da Covilhã explica que "aguardamos orientações do novo organismo". E este profissional diz que, por agora, se limita a "ver doentes e dar consultas". Um técnico desta área, em declarações ao jornal "Público", queixa-se que "não há nenhuma linha interna, não se sabe nada sobre o novo modelo em perspectiva". O técnico acrescenta ainda que a lei orgânica do IDT "foi feita à medida" e teme que as competências das delegações regionais dos organismos extintos possam estar em causa.
Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde, esclarece, em declarações ao "Público", que a acção do novo organismo "tem de se centrar na área da prevenção primária". O ministro da Saúde anunciou ainda que o Governo dará prioridade aos tratamentos livres de drogas. Segundo um médico ligado ao CAT da Covilhã, estes programas "passam pela estadia em comunidades e têm como objectivo uma vida livre de drogas". Luís Filipe Pereira explica que a "metadona deve ser um instrumento, o mais reduzido possível, para atingirmos o objectivo concreto de livrar as pessoas das drogas". Segundo o médico do CAT, a unidade cuida, trata e cura, "mas nem toda pessoas se curam". O médico concorda com os programas livres de drogas, mas alerta que "cada utente tem uma resposta diferente".


Castelo Branco é um dos distritos com maior consumo de drogas

Castelo Branco é um dos distritos que regista os valores mais elevados no que diz respeito à prevalência do consumo de drogas ao longo da vida. A variação regional situa-se entre os 10 e os 19 por cento, Castelo Branco regista cerca de 17 por cento, sendo um dos distritos com os valores mais altos. O distrito da Guarda regista cerca de 11 por cento no consumo de droga.
Os dados constam do relatório anual de 2001 sobre a situação portuguesa em matéria de drogas do IPDT. O inquérito foi aplicado a uma amostra de 25 mil alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico e os resultados mostram que cerca de 14 por cento destes alunos já tiveram pelo menos uma experiência ao longo da vida, de consumo de substâncias ilícitas.
No que diz respeito às drogas mais consumidas, a cannabis ocupa o primeiro lugar. Castelo Branco é mesmo um dos distritos com maior consumo de cannabis, cerca de 13 por cento. Em relação ao consumo de outro tipo de drogas o distrito da Beira Interior ocupa também os lugares cimeiros. A Guarda mantém-se quase sempre nos lugares mais baixos das tabelas. As conclusões do relatório constatam "uma ligeira subida generalizada dos consumos, em particular da cocaína". A nível nacional foram inquiridos 15 mil indivíduos e os resultados mostram que cerca de sete por cento dos portugueses entre os 15 e os 64 anos, já tiveram pelo menos uma experiência ao longo da vida, de consumo de susbtâncias ilícitas.