A revisão do Plano sofreu alguns atrasos
Serra da Estrela
Plano de Ordenamento pronto em 2003

Depois de falhar os prazos que o Governo tinha dado, a Serra da Estrela vai ter a revisão do Plano de Ordenamento pronta em 2003. Fernando Matos, director do PNSE, reconhece os atrasos, e salienta que, apesar de não haver revisão pronta, a Serra tem um Plano em vigor.


João Alves
NC/Urbi et Orbi


"Gostava que estivesse pronto até ao fim do ano, mas não acredito. Poderemos apontar para o 1ª trimestre do ano que vem". É este o prazo dado por Fernando Matos, director do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), para que a revisão do Plano de Ordenamento desta importante reserva natural esteja pronta.
Recorde-se que o PNSE foi uma das dez reservas naturais que falhou, este ano, os prazos para o seu Plano, que segundo o Público, deveria estar pronto em Novembro de 2000. Depois, Fernando Matos, afirmava que o primeiro semestre de 2002 deveria ser o prazo para que tudo estivesse pronto. Porém, até à data, nada.
O director do PNSE reconhece que a revisão "está a andar, mas com algum atraso". É que, diz Fernando Matos, houve algumas divergências na última reunião da Comissão de Acompanhamento, a sétima, em que foram aprovadas a primeira e segunda fase de caracterização e diagnóstico do Plano. "Neste momento, já se tratou de uma proposta de regulamento e de ordenamento. Surgiram dúvidas. Solicitei uma reunião à presidência do ICN no sentido de saber como se iriam tratar questões que se prendiam com a Reserva Ecológica Natuarl e perímetros urbanos. A vice-presidente ficou de tentar ver o que se vai fazer. Estamos a aguardar" explica o director do PNSE. E adianta que, "há atrasos que, se calhar, não deveriam existir. Mas não são da responsabilidade do PNSE."
Depois de concluída a revisão, o modelo de ordenamento na Serra passará a ser um pouco diferente. Segundo Fernando Matos, é provável que haja menos zonas abrangidas e surja uma redefinição de limites. Algumas áreas sairão da Reserva na totalidade, outras não e poderão surgir novas áreas no Parque, como o Sarzedo. O director do PNSE afirma que as alterações "serão mais para simplificar o zonamento, que estava dividido em múltiplas zonas de ocupação. Será um documento mais leve e de mais fácil aplicação na defesa da área protegida. É preciso saber se na área complementar será ou não introduzida a REN, e em termos de perímetros urbanos saber se virão assinalados como tal ou como aglomerados urbanos. Isto foi posto à consideração para entidades superiores".
Fernando Matos deixa, no entanto, bem vincada a ideia de que a Serra da Estrela "não tem falta de Plano de Ordenamento. Já o temos há dez anos. Não havendo revisão, é este o que manda e está em vigor".

Mau tempo atrasa Centro de Interpretação

O mau tempo que se tem verificado na Serra atrasou a abertura do Centro de Interpretação. Esta infra-estrutura deveria abrir este mês, mas possivelmente "não vai ser, se o tempo não melhorar". Neste momento, ao Centro, apenas falta, segundo Fernando Matos, "uma parte da cobertura. O resto está praticamente concluído. Se não funcionar em Dezembro, no princípio do ano com certeza" afirma o director do PNSE.
O Centro de Interpertação da Natureza, a instalar em Seia, é um local onde as pessoas se poderão informar acerca de tudo o que o Parque tem para oferecer e procurará sensiblizar a população para os comportamentos que deve ter perante a natureza. Poderá haver visitas guiadas e quem quiser, nem precisará de sair do Centro para saber o que existe na Serra. Deverão ficar na infra-estrutura, a trabalhar, duas pessoas, ou então, o PNSE pensa acordar com a RTSE uma gestão conjunta do espaço. O investimento "é um conjunto de verbas que, se calhar, é bastante elevado" explica Fernando Matos. A Câmara Municipal de Seia, através do Centro de Interpretação da Serra da Estrela vai já promover, nos dias 19,20,21 e 23 deste mês, uma oficina temática sobre Ambiente no Centro.
Apesar da contenção orçamental do Governo, o director do PNSE espera que os projectos delineados para o Parque não estejam em causa, e salienta que "não vou fazer investimentos que não sejam suportados por fundos comunitários". Por isso, em marcha estão dois programas operacionais "que vão ter continuidade até 2003" e o PNSE irá candidatar mais dois projectos. Para além disso, há duas candidaturas, no âmbito do INTERREG, "que penso que poderão ser aprovadas" e o PNSE também é parceiro do projecto LIFE. "São todos projectos ligados à conservação da natureza e acho que são suficientes para podermos trabalhar durante algum tempo" afirma Fernando Matos.