"Gostava que estivesse pronto até
ao fim do ano, mas não acredito. Poderemos apontar para o 1ª trimestre
do ano que vem". É este o prazo dado por Fernando Matos, director do
Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), para que a revisão do Plano de
Ordenamento desta importante reserva natural esteja pronta.
Recorde-se que o PNSE foi uma das dez reservas naturais que falhou, este ano, os
prazos para o seu Plano, que segundo o Público, deveria estar pronto
em Novembro de 2000. Depois, Fernando Matos, afirmava que o primeiro semestre de
2002 deveria ser o prazo para que tudo estivesse pronto. Porém, até
à data, nada.
O director do PNSE reconhece que a revisão "está a andar, mas
com algum atraso". É que, diz Fernando Matos, houve algumas divergências
na última reunião da Comissão de Acompanhamento, a sétima,
em que foram aprovadas a primeira e segunda fase de caracterização
e diagnóstico do Plano. "Neste momento, já se tratou de uma proposta
de regulamento e de ordenamento. Surgiram dúvidas. Solicitei uma reunião
à presidência do ICN no sentido de saber como se iriam tratar questões
que se prendiam com a Reserva Ecológica Natuarl e perímetros urbanos.
A vice-presidente ficou de tentar ver o que se vai fazer. Estamos a aguardar"
explica o director do PNSE. E adianta que, "há atrasos que, se calhar,
não deveriam existir. Mas não são da responsabilidade do PNSE."
Depois de concluída a revisão, o modelo de ordenamento na Serra passará
a ser um pouco diferente. Segundo Fernando Matos, é provável que haja
menos zonas abrangidas e surja uma redefinição de limites. Algumas
áreas sairão da Reserva na totalidade, outras não e poderão
surgir novas áreas no Parque, como o Sarzedo. O director do PNSE afirma que
as alterações "serão mais para simplificar o zonamento,
que estava dividido em múltiplas zonas de ocupação. Será
um documento mais leve e de mais fácil aplicação na defesa
da área protegida. É preciso saber se na área complementar
será ou não introduzida a REN, e em termos de perímetros urbanos
saber se virão assinalados como tal ou como aglomerados urbanos. Isto foi
posto à consideração para entidades superiores".
Fernando Matos deixa, no entanto, bem vincada a ideia de que a Serra da Estrela
"não tem falta de Plano de Ordenamento. Já o temos há
dez anos. Não havendo revisão, é este o que manda e está
em vigor".
Mau tempo atrasa Centro de Interpretação
O mau tempo que se tem verificado na Serra atrasou a abertura do Centro de Interpretação.
Esta infra-estrutura deveria abrir este mês, mas possivelmente "não
vai ser, se o tempo não melhorar". Neste momento, ao Centro, apenas
falta, segundo Fernando Matos, "uma parte da cobertura. O resto está
praticamente concluído. Se não funcionar em Dezembro, no princípio
do ano com certeza" afirma o director do PNSE.
O Centro de Interpertação da Natureza, a instalar em Seia, é
um local onde as pessoas se poderão informar acerca de tudo o que o Parque
tem para oferecer e procurará sensiblizar a população para
os comportamentos que deve ter perante a natureza. Poderá haver visitas
guiadas e quem quiser, nem precisará de sair do Centro para saber o que
existe na Serra. Deverão ficar na infra-estrutura, a trabalhar, duas pessoas,
ou então, o PNSE pensa acordar com a RTSE uma gestão conjunta do
espaço. O investimento "é um conjunto de verbas que, se calhar,
é bastante elevado" explica Fernando Matos. A Câmara Municipal
de Seia, através do Centro de Interpretação da Serra da Estrela
vai já promover, nos dias 19,20,21 e 23 deste mês, uma oficina temática
sobre Ambiente no Centro.
Apesar da contenção orçamental do Governo, o director do
PNSE espera que os projectos delineados para o Parque não estejam em causa,
e salienta que "não vou fazer investimentos que não sejam suportados
por fundos comunitários". Por isso, em marcha estão dois programas
operacionais "que vão ter continuidade até 2003" e o PNSE
irá candidatar mais dois projectos. Para além disso, há duas
candidaturas, no âmbito do INTERREG, "que penso que poderão
ser aprovadas" e o PNSE também é parceiro do projecto LIFE.
"São todos projectos ligados à conservação da
natureza e acho que são suficientes para podermos trabalhar durante algum
tempo" afirma Fernando Matos.
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