Céu Lourenço
NC/Urbi et Orbi


Os comunistas dizem que o distrito fica, todos os anos, com menos dinheiro

A Direcção Regional do Partido Comunista Português analisou na
segunda-feira, 2 de Dezembro, no Centro de Trabalho do PCP em Castelo
Branco, o Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento
da Administração Central (PIDDAC) 2003.
Segundo Armando Morais, do PCP "no distrito de Castelo Branco a queda no investimento é de 28 por cento. A que se junta a cativação de mais 15 por cento que decorre da orientação geral do Orçamento de Estado" pelo que "o distrito tem visto de ano para ano diminuir a percentagem de verbas, tendo em conta o valor para o conjunto do País. Esta vertiginosa queda na atribuição de fundos de investimento no distrito representa atirar este para o fim da tabela. Em apenas 4 anos, o distrito recuou de 10º para 14º lugar" explica o dirigente comunista. Armando Morais, lembra que "no PIDDAC do ano passado criticámos o Governo de Guterres e o PS pelo facto das obras que estavam dotadas com verbas irrisórias, correriam o risco de nem sequer arrancarem: IC-8 Pontão do Laranjeiro - Perdigão, esquadra da PSP da Covilhã, IC-6 Unhais da Serra-Covilhã, instalações para a psiquiatria do Hospital da Cova da Beira, o Estabelecimento Prisional de Castelo Branco e o Pólo III da UBI/Ciências da Saúde". Deste modo, salienta que "infelizmente para o desenvolvimento do distrito e para o bem estar das populações, tínhamos razão. Não arrancaram com o Governo PS e o Governo PSD/PP encarregou-se de retirar quase todas elas do PIDDAC para 2003". Segundo Armando Morais também foi retirado do PIDDAC, o Quartel da GNR de Caria, "não esquecendo as instalações para a psiquiatria do Hospital da Cova da Beira com apenas 200 mil euros. Como aconteceu com outras obras no ano passado, correm também
o risco de não arrancarem".

Regadio: de preponderante a esquecido

As propostas que a Direcção Regional enviou para o respectivo Grupo Parlamentar e foram assumidas em Projecto-Lei "tiveram como preocupação e linha de rumo levar à discussão e votação obras consideradas essenciais ao desenvolvimento do distrito. Nalguns casos reclamadas pelas populações e autarquias".Armando Morais, lamenta que "as votações na Assembleia da República sobre as propostas do PIDDAC, tal como o debate, mostraram o total autismo dos deputados da maioria do PSD/PP que votaram contra tudo que não fossem propostas da sua iniciativa, mesmo naqueles casos em que tem havido apelos de autarcas do PSD, como por exemplo a construção da periférica à Covilhã, o Centro de Artes ou o IC-6; ou ainda, a elevação do valor das dotações para a
Escola Superior de Enfermagem e a Escola de Artes Aplicadas com as verbas previstas no PIDDAC do ano passado, valores que possam permitir o arranque das mesmas".
Relativamente à votação sobre o Regadio da Cova da Beira, a segunda fase do bloco do Fundão e da Covilhã, refere Armando Morais, "é por demais escandalosa, já que foi das matérias mais esgrimidas nas campanhas eleitorais com fartas recriminações aos governos (do PSD e do PS)" lembrando "pela hipocrisia que revela, a conferência de imprensa que o deputado Fernando Penha deu criticando o PS por não avançar um centímetro com os canais de rega. O PCP responsabiliza estes Partidos pelo atraso na conclusão do Regadio, comprometendo o desenvolvimento agrícola da região".O PCP considera por isso ser necessário "mais rigor na elaboração do PIDDAC e na sua discussão e votação".