Adelino Fernandes mostrou-se solidário com a decisão
da Associação Portuguesa de Deficientes
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Luta contra a discriminação
Dia Europeu do Deficiente sem comemorações
Como forma de protesto, a Delegação
Distrital de Castelo Branco da Associação Portuguesa de Deficientes
(APD), em cumprimento de uma orientação da direcção
nacional, decidiu este ano não comemorar o 3 de Dezembro, Dia Europeu do
Deficiente.
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Por Carlos Borges
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Três de Dezembro
é a data escolhida pelas Nações Unidas, para assinalar o Dia
Europeu do Deficiente. Este ano a APD, numa nota endereçada a todas as delegações
do País, decidiu não participar nas comemorações oficiais
da efeméride, como protesto à forma como as comemorações
foram preparadas à revelia das Organizações Não Governamentais
(ONG's) de pessoas com deficiências. "Porque em Portugal se continua
a insistir em relegar as ONG's para um plano secundário, a APD, uma vez mais,
não vai participar nas comemorações oficiais", lê-se
na circular enviada à Delegação Distrital de Castelo Branco,
a que Urbi et Orbi teve acesso.
"Nada sobre nós sem nós, é o lema que tem norteado esta
casa", sublinha, Adelino Fernandes, presidente da Delegação Distrital
de Castelo Branco, para esclarecer que "foi uma decisão tomada pela
direcção nacional, e cabe-nos, enquanto delegação, acatar
as indicações que nos são dadas". Porém, Fernandes
não deixa de lamentar a situação e considera que "o dia
é de facto de luto e, portanto, sem motivos para comemorações".
Para Emília Leitão, vice-presidente da delegação distrital,
"esta data deveria ser recordada, já que se trata do único dia
em que as pessoas se lembram de nós através dos órgãos
de comunicação social".
Segundo o presidente, estava prevista para esse dia, uma campanha de sensibilização
pelo distrito, no sentido de chamar, uma vez mais, a atenção das autoridades
para a causa dos deficientes, que consideram "um problema tratado ainda com
alguma indiferença". Adelino Fernandes acrescenta que "continua
a haver na nossa sociedade um sentimento de complacência em relação
aos deficientes. São considerados como uns coitadinhos, e nunca como cidadãos
com plenos direitos e deveres iguais aos outros". Uma afirmação
que denuncia situações discriminatórias no mundo laboral. "Os
deficientes, no nosso distrito, também têm sido alvo de discriminação
nos seus locais de trabalho, por causa da deficiência", salienta o presidente
da delegação. Embora reconheça uma melhoria substancial, graças
às permanentes intervenções da APD.
Emília Leitão considera-se uma mulher igual às outras e acha
gratificante o facto de estar a prestar um trabalho útil de voluntariado
à APD. "Nunca fui discriminada, com excepção de uma única
vez, quando tentava fazer a carta de condução e me foram negadas as
instruções, por alegada falta de aptidão fisica", garante.
Uma forma de mostrar que esta situação foi um marco que a motivou
a juntar a sua voz a dos seus colegas na "luta para uma vida condigna".
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