Hélder Sequeira
NC/Urbi et Orbi



Um grupo de professores contratados da Escola Superior de Educação da Guarda(ESEG) manifestou, na semana passada, "desagrado pela conduta da direcção da ESEG".
Alguns docente da Escola Superior de Educação acusam o seu director de ignorar as deliberações do Conselho Científico, de não encorajar o trabalho de investigação e de inviabilizar o recurso ao subsídio de PRODEP, relativo a mestrados e doutoramentos. Uma situação que, segundo Helena Vasques, professora naquela instituição, está a criar "um clima de constante desconfiança, mal-estar e arbitrariedade, resultando num enorme prejuízo para a qualidade da escola".
A principal preocupação daqueles professores prende-se com o seu futuro, nomeadamente com a situação precária de trabalho dos professores contratados a termo certo. O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESUP), que se solidarizou com os docentes e garante que uma "percentagem significativa de professores" da ESEG está descontente com a actuação da direcção da Escola.

Brigas desdramatiza

Luís Moutinho, da Comissão Permanente do Sindicato, diz que neste momento há vários contratos a serem discutidos no Conselho Científico, pelo que a posição de muitos docentes não está garantida num futuro próximo.
"Trabalhadores qualificados que estiveram ininterruptamente, durante seis, sete anos, na mesma instituição correm o risco de irem para o desemprego sem qualquer direito ao subsídio, que não existe no Ensino Superior", alerta. Aquele membro do SNESUP diz que "é uma estupidez total o Estado investir na preparação cientifica de uma pessoa e depois deixá-la sair a custo zero". Na opinião daquele sindicalista trata-se de "gestão danosa".
O SENESUP e o grupo de docentes pediram a intervenção do Presidente do Instituto Politécnico da Guarda, da Assembleia de Representantes da Escola Superior de Educação do Ministério da Ciência e Ensino Superior.
Joaquim Brigas, director da ESEG, embora tenha aceite como legitima a preocupação dos docentes, refuta as acusações que lhe foram são dirigidas. Brigas acusou, entretanto, a presidência do IPG de ignorar as deliberações do Conselho Científico da ESEG, afirmando que a direcção da Escola apenas propõe a contratação de professores, cabendo ao Conselho Científico decidir. Joaquim Brigas está convicto de que nas áreas onde houve diminuição de alunos isso pode implicar a não renovação de alguns contratos alguns contratos não sejam renovados. Brigas desdramatiza, no entanto, o protesto e argumenta que há "um grupo muito restrito de professores que apenas pretende denegrir a imagem da Escola e do seu director".