A Universidade da Beira Interior acolheu na passada quinta-feira, 21, uma conferência
sobre "As religiões nas encruzilhadas da paz". António
Marujo, jornalista do Público, foi convidado para mais uma iniciativa realizada
pelo Departamento de Sociologia. Ligar o fenómeno da religião com
a questão da paz foi o principal objectivo a que se porpôs o conferencista.
Segundo António Marujo, "a guerra não resolve problema nenhum,
sendo as religiões um factor decisivo na vida de muita gente. Nenhuma das
grandes religiões do mundo está isenta do sangue derramado nos conflitos".
O conferencista cita António Matos Ferreira, para dizer que "na humanidade
não há sociedades sem violência, e cada um de nós transporta
a memória dessa violência". Para o jornalista, recusar a guerra
é uma condição fundamental para viver em liberdade.
A religião como fenómeno humano comporta em si muitos géneros
de violência, sublinha o orador. É impensável que no meio
de inúmeros conflitos Deus tome partido de Mulçumanos, Judeus ou
Cristãos.
O jornalista, terminou a sua intervenção defendendo que "é
necessário ir às doutrinas Cristãs, Judaicas e Islâmicas,
e encontrar conceitos que defendam a não violência, para poder propôr
um novo caminho às pessoas". A título de exemplo, Marujo referiu
o atentado de 11 de Setembro, que em sua opinião "nada teve a ver
com alvos religiosos".
A conferência, a que assistiram alunos e docentes, contou com um público
atento e participativo, muito interessado na questão "fundamental"
das relações entre a religião e a paz.
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