A característica fundamental da máquina é
a sua velocidade de processamento
|
Departamento de Engenharia Electromecânica
Computador de grande velocidade construído
na UBI
O computador foi construído com meios
escassos e um orçamento reduzido, por dois engenheiros que se dizem capazes
de construir o computador mais rápido da Universidade caso "haja interesse
e verba".
|
Por André Rito
|
|
|
"O Cluster é a reunião dos
favos de mel numa colmeia". A frase é de Francisco Miguel Colaço,
docente da UBI, e refere-se ao computador recentemente construído no Departamento
de Engenharia Electromecânica. A particularidade desta máquina reside
na sua velocidade de processamento. Para o efeito, o que Francisco Colaço
e Francisco Brojo, também docente da UBI e co-autor do projecto, fizeram
"foi juntar alguns computadores, neste caso três, que de outra maneira
seriam computadores lentos, e transformá-los numa máquina rápida,
combinando as capacidades dos três".
O Cluster de Linux não é uma tecnologia nova, no entanto este é
o primeiro da UBI. O projecto foi financiado por uma unidade de investigação
da Universidade, e todo o sistema custou por volta dos mil e 500 euros. Esta é,
aliás, uma das grandes vantagens da tecnologia Cluster. Para se ter uma ideia,
uma sparcstation tem uma capacidade de processamento semelhante à do Cluster,
mas custa dez vezes mais. "A tecnologia que nós fizemos é a de
mais baixo custo", refere Francisco Colaço sublinhando ainda que "é
difícil encontrar esta tecnologia, com este preço, para a performance
que é".
Em Linux, o sistema operativo, todo o software está no processador mestre,
e os restantes processadores, os "escravos" - assim se designam por apenas
terem a função de fazer cálculo - são desprovidos de
disco, o que torna o sistema, em termos de manutenção, mais fácil
e mais rápido. "Se fizer um upgrade no mestre, estou automaticamente
a mexer em todos os processadores escravos", explica Francisco Brojo.
Este sistema é originário dos EUA e actualmente existem inúmeros
utilizadores para as mais diversas áreas de trabalho. A Walt Disney é
uma das empresas que utilizam esta tecnologia. "Para fazer um filme de animação
de seis minutos e meio são necessários dois dias de processamento.
Com o Cluster, podem trabalhar trinta e dois processadores em simultâneo,
poupando-se assim muitas horas", esclarece o engenheiro.
Em Portugal, a tecnologia Cluster foi já testada em várias universidades.
A Universidade de Évora vai já na construção de um terceiro
modelo. Segundo o que o Urbi@Orbi conseguiu apurar, existe uma forte possibilidade
de a UBI trabalhar com esta universidade, com o Instituto Superior Técnico,
e com o ISCTE na construção de um novo Cluster.
Entretanto, os dois engenheiros da UBI deslocam-se sábado, dia 30, ao Porto
para apresentar a sua máquina, no âmbito do projecto Porto Cidade Tecnológica.
|
|
|