Continua instalada a polémica em torno da Central de Compostagem. E a
questão ganha mais relevância mais quando se fala na construção
de um novo aterro sanitário (ver última edição do
NC). O presidente da Câmara Municipal do Fundão está contra
tal ideia. "Não contem comigo para novos aterros na Central de Compostagem
ou para o alargamento desta", afirma Manuel Frexes, que apelida de "fraude"
e "logro" todo o processo em volta da estrutura, localizada na Quinta
das Areias, Fundão.
No entanto, a equacionar-se essa solução, o autarca fundanense defende
que deveria ser feita no "local que figura como mais central e equidistante
da área geográfica que abrange a concessão", algures
entre a Covilhã e a Guarda, o "centro geográfico do sistema".
Segundo o social-democrata, a Central de Compostagem "recebe lixo, não
só dos municípios da Cova da Beira, mas também da Raia",
o que faz com que esteja 25 por cento acima da sua capacidade. Defende, por isso,
que se encontrem formas de sanear uma situação que originou um sistema
com grandes fragilidades e entrou em funcionamento sem estarem concluídas
todas as peças imprescindíveis.
Preconizada para receber 50 mil toneladas de lixo durante 12 anos, a estrutura
atinge já as 65 mil. Uma situação reconhecida pelo presidente
da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB). José
Manuel Biscaia, porém, diz não se sentir "tecnicamente"
preparado para falar sobre tais hipóteses. Mas garante que a "Central
não tem que ser aumentada" e que dentro do conjunto de obras a levar
a cabo na Quinta das Areias, a estação de triagem é uma delas,
bem como a construção de uma Estação de Tratamento
de Águas Residuais (ETAR). A inexistência desta estrutura já
provocou a contaminação de terrenos agrícolas com águas
lixiviadas provenientes do lixo depositado no aterro sanitário. Para evitar
novas contaminações, as águas residuais estão provisoriamente
a ser tratadas por uma ETAR amovível de pequeno porte.
Entretanto, a empresa Águas do Zêzere e Côa encontra-se já
a executar a empreitada de abastecimento de água ao Souto Alto e à
Central de Compostagem, bem como o reforço a Alcaria.
Isaltino defende incineradora na Região Centro
O ministro do Ambiente diz ser prioritária a construção de
uma incineradora na Região Centro. A ideia tem vindo a ser estudada pela
ERSUC, a empresa que trata dos lixos de 12 concelhos da região, incluindo
Coimbra. Contactado pelo NC, Alberto Santos, administrador da ERSUC, declara que
é "muito prematuro" estar a falar na localização
da central, mas adianta que os "estudos já estão realizados".
O Executivo está convencido da necessidade de enviar mais lixos para as
centrais de incineração e um dos motivos é uma directiva
europeia que condiciona, a partir de 2006, a quantidade de resíduos biodegradáveis
que podem ser depositados em aterros sanitários. Estes resíduos
deverão ir ou para estações de compostagem - onde são
transformados em adubo - ou então queimados em incineradoras, cujo calor
é aproveitado para a produção de energia eléctrica.
Confrontado com esta possibilidade, o presidente da AMCB diz não ter conhecimento
dela. Já Manuel Frexes não se pronuncia sobre essa questão,
mas apresenta-se como defensor do processo de metanização.
|