Ulisses Cardoso vai apostar na divulgação
da cultura cabo-verdiana
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Nova era para o núcleo
Ulisses Cardoso é o novo presidente do
CABOUBI
Com maioria esmagadora, Ulisses Cardoso,
aluno de Engenharia Mecânica, foi eleito presidente do Núcleo de
Estudantes Cabo-Verdianos na Universidade da Beira Interior. A passada sexta feira
foi a data escolhida para a tomada de posse, cerimónia que decorreu no
anfiteatro da AAUBI (Associação Académica da Universidade
da Beira Interior), na presença dos membros do Núcleo.
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Por Carlos Borges
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Numa Assembleia de Membros reunidos no último
fim de semana na AAUBI, o novo Presidente do CABOUBI, Ulisses Cardoso, tomou posse
num caloroso ambiente de discussão, na sequência de alegadas "irregularidades"
detectadas na apresentação de Relatório de Contas da anterior
direcção.
Mário Fernandes, presidente cessante, reconheceu que houve alguns erros na
elaboração do documento, e que a Assembleia é soberana, por
isso "respeita a sua decisão". Ulisses Cardoso, que na direcção
cessante era vice-presidente, corrobora as afirmações do colega de
equipa, dizendo que se trata de "uma situação normal, que acontece
com qualquer um quando assume os destinos dum Núcleo sem qualquer experência,
porém conseguimos realizar um trabalho cujos resultados estão à
vista de qualquer um".
Para o presidente eleito, a nova direcção irá seguir a mesma
filosofia de trabalho da anterior. Continua apostar fortemente na divulgação
da cultura cabo-verdiana "na base de respeito pela cultura dos outros",
afirma Ulisses Cardoso, acrescentando que a outra vertente do programa visa a defesa
dos interesses dos estudantes junto da universidade, através de um diálogo
franco e aberto na busca de resoluções para eventuais problemas que
possam surgir. Para isso, segundo Cardoso, a nova direcção tem já
na forja a criação de um folheto informativo, um espaço onde
todos os membros terão a oportunidade de registar as suas opiniões
sobre as mais diversas áreas da cultura, desde música, dança,
artes e letras. Mas este meio de comunicação servirá, por outro
lado, como elo de ligação com outras associações congéneres
espalhadas pelo País.
Em jeito de balanço, Mário Fernandes disse que "apesar das dificuldades
que encontrei pelo caminho, considero francamente positivo este ano em que estive
à frente do Núcleo". "Aceitei o desafio de um CABOUBI que
se encontrava praticamente moribundo, e com o apoio de todos os elementos da anterior
direcção, conseguimos pôr o Núcleo a funcionar, e temos
hoje um CABOUBI com novas experiências, com uma visão e perspectiva
que lhe permite uma melhor integração na comunidade académica
na divulgação da cultura cabo-verdiana, mas sobretudo na defesa dos
interesses dos estudantes aqui na UBI", sublinha.
Felicitando o novo presidente empossado, Fernandes apelou ainda para um trabalho
de conjugação de esforços e de ideias concertadas que visem
"a preservação da boa imagem que o Núcleo tem granjeado
até agora".
A música, a dança e o desporto têm sido a grande aposta da anterior
direcção na disseminação da cultura cabo-verdiana, e
a que, segundo Fernandes, "a direcção ora investida irá
dar continuidade, por forma a desmistificar a ideia segundo a qual os cabo-verdianos
são um grupo corporativo que convive entre si", afirma, defendendo que
"contrariamente às ideias erróneas das pessoas, nós somos
um povo aberto a outras culturas, disposto a divulgar aquilo que é nosso,
mas também a aprender com os outros.
Vanda Barros, estudante da EPGI na UBI, uma luso-caboverdiana, eleita para secretária
da direcção, congratulou-se com a existência de um Núcleo
de Estudantes Cabo-Verdianos na UBI e é de opinião que o CABOUBI "tem
sabido muito bem divulgar a cultura cabo-verdiana junto da academia", por isso
"vale a pena continuar, porque é preciso avançar e fazer algo
para poder ultrapassar os obstáculos".
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