Moisés Espírito santo fez uma abordagem à
concepção da ideia popular de morte
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Colóquio de oito horas na UBI
A Morte de mão dada com a Arte
Dois tema complexos foram discutidos durante
oito horas. A Arte e a Morte juntaram professores e alunos num diálogo
sobre uma mesma realidade.
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Por Andreia Reis
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"Ver a morte como uma realidade certa na
nossa vida e no nosso percurso" foi a mensagem que António Delgado tentou
transmitir ao público presente no Colóquio "A Arte e a Morte",
que se realizou no dia 13 de Novembro às 14 horas no Anfiteatro da Parada
no Pólo I da Universidade da Beira Interior. A ideia principal do colóquio
"é não termos medo da morte", refere o responsável
pela organização do evento, António Delgado, que contou com
a colaboração dos alunos Vanda Caldeira, Elizete Costa, e da parte
do Design Gráfico, Tânia Belo e Carlos Oliveira.
Moisés Espírito Santo, professor catedrático de Sociologia
da Universidade Nova de Lisboa, começou por fazer uma abordagem à
concepção da ideia popular de morte. Ele explicou que o povo acredita
firmemente na doutrina, mas que ninguém viveria o dia-a-dia se acreditasse
fielmente no "inferno".
Desde a palavra do teólogo, à palavra do etnólogo, do sociólogo
e do filósofo, convergiram diferentes saberes sobre uma mesma realidade:
a morte. "Uma realidade que tem a ver quase com a descrição do
nosso código genético", explica o responsável da conferência.
Outra ideia que o professor deixou clara é a relação com a
Arte. Este defende que "entre o nascer e o morrer, tudo pode ser mascarado,
aqueles dois pontos são certos, o resto são possibilidades".
Maria Antonieta Garcia, docente da UBI, pertenceu à mesa dos oradores e falou
de um "olhar sobre a estatuária tumular num cemitério da Beira.
Afirma que "há sem dúvida uma ligação e uma relação
entre a Arte e a Morte, e não só na estatuária tumular".
Advertiu também que sempre houve um olhar muito especial do Homem sobre a
Morte porque "é um final real, certo, e que desencadeia sempre questões
extremamente interessantes".
João Nuno Sardinha, estudante de Design Multimédia, achou o colóquio
bastante interessante e afirma que "como estudante de Arte e Design, o tema
tratado interessa-me muito". Com um gosto particular sobre as espiritualidades,
o aluno tem a certeza que "a Arte é uma tentativa de imortalizar o espírito
humano para além da morte".
Outras formas de juntar a Arte à Morte abordadas nesta iniciativa foram a
pintura, a escultura, a literatura, o misticismo e os próprios media. "A
Morte pode gerar uma forma estética de ser abordada, seja ela através
da pintura, da literatura, entre outras" esclarece Antonieta Garcia.
A morte andou de mão dada com a Arte numa palestra que teve bastante adesão
e que deixou satisfeito o organizador. António Delgado garantia no final:
"Estou bastante orgulhoso e espero que, para o ano, se possa fazer um segundo
colóquio sobre o mesmo tema".
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