Caso Matadouro
Abílio Curto condenado a ano e meio de
prisão
O ex-autarca da Guarda viu a pena reduzida e terá que devolver ao IFADAP
um total de 456 mil euros.
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NC/Urbi et Orbi
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Abílio Curto, ex-presidente da Câmara da Guarda, foi condenado na passada
sexta-feira, 8, no Tribunal desta cidade, a um ano e meio de prisão pela
prática do crime de fraude na obtenção de subsídios,
no processo relativo à construção do Matadouro Regional da
Guarda.
O colectivo juízes, presidido por Heitor Osório, estabeleceu para
o ex-autarca uma condenação a três anos e seis meses de prisão,
pena que foi reduzida face a duas amnistias. Abílio Curto terá ainda
de devolver ao Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura
(IFADAP) um total de 456 mil euros.
O Tribunal da Guarda condenou ainda Walter Gameiro (responsável pela fiscalização
das obras de construção do Matadouro) a dois anos e dez meses de prisão
efectiva, tendo-lhe sido perdoados dois anos. Gameiro terá ainda de devolver
ao IFADAP 628 mil euros.
Abílio Curto, Walter Gameiro, José Luis Terreiro e Custódio
Simões, os quatro arguidos neste processo, foram absolvidos no que diz respeito
aos crimes de associação criminosa, burla agravada e falsificação
de documentos, de que eram também acusados. Os dois últimos ficaram
igualmente absolvidos de todos os crimes de que estavam acusados.
Ex-autarca recorre da sentença
Recorde-se que Abílio Curto foi detido pela Polícia
Judiciária a 7 de Dezembro de 1995, no âmbito do processo relativo
à construção do Matadouro Regional da Guarda, uma obra orçada
em cerca de cinco milhões de euros mas que não passou de algumas
paredes e estruturas. Sobre aquele autarca, um prestigiada figura do Partido Socialista,
recaíram então as suspeitas de associação criminosa,
corrupção e fraude na obtenção de subsídios
e burla agravada.
Tendo presidido até Janeiro de 1993 à Sociedade do Matadouro Regional
da Guarda, o ex-autarca foi condenado cinco anos depois a seis anos de prisão
por dois crimes de corrupção, num processo judicial relacionado
com a passagem de licença de habitabilidade - contra o parecer dos técnicos
- para uma empreendimento imobiliário e um outro com a venda de um terreno
na zona do Parque Industrial desta cidade. Este processo aguarda decisão
do Supremo Tribunal de Justiça, depois do recurso apresentado por Abílio
Curto.
Aliás, o ex-Presidente da Câmara da Guarda (funções
que desempenhou desde 1977 a 1995) deverá também apresentar recurso
da condenação da passada semana.
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