Por Mário Ramos


António Garcia Torres na apresentação do seu livro

O desejo de realizar uma homenagem à freguesia de São Martinho foi o pretexto ideal para reunir um vasto conjunto de fotografias elucidativas das sucessivas transformações que ocorreram nesta freguesia da Covilhã. Numa noite de sábado, o Teatro Cine recebeu a apresentação do livro de António Garcia Torres, História Urbana em Postais e Fotografias da Freguesia de São Martinho da Covilhã.
Segundo José Geraldes, responsável pela apresentação do livro, este projecto apenas é possível através do talento e entusiasmo do seu autor, "um amigo de longa data natural do Refúgio". Salienta a utilidade da pesquisa para a freguesia, pois permite "uma viagem aos seus antepassados, às suas gentes e, também, aos seus edifícios". Demonstra também o seu carácter pedagógico, ao ser "uma nova descoberta da Covilhã, tanto para os mais novos como para os mais velhos", um prazer que persiste ao recordar histórias antigas.
António Garcia Torres referiu que "o progresso de uma região consiste na destruição do seu passado", uma frase manifestamente sucinta, mas coerente com o conjunto de princípios que proporcionaram a edição do seu livro. A necessidade de servir como testemunho da presença de diversos monumentos que, consequência do progresso da cidade, foram sucessivamente abandonados pelos seus habitantes. Um livro ao dispor dos historiadores para visitarem o passado desta freguesia.
Um simples instrumento, também, para os mais curiosos observarem as transformações que ocorreram num dos edifícios históricos da cidade, como a antiga Fábrica Real. De refúgio do Batalhão de Caçadores nº 2, no início da década de 40, transformou-se para, nos anos 80, receber os novos habitantes da cidade, alunos e professores da UBI, responsáveis pela imagem de vitalidade conquistada pela Covilhã neste novo século.
Um livro indispensável para uma perfeita compreensão das transformações no passado, das exigências do progresso perceptíveis na história de uma cidade. Um testemunho do desaparecimento de diversos monumentos, mas simultaneamente, da adaptação de edifícios antigos aos objectivos do presente.