A necessidade de investir na educação e de unir esforços tendentes
à criação de novos pólos de actividade, "através
de contribuições na cultura, na requalificação urbana
e no turismo" são algumas das dez conclusões a que chegou o Presidente
da República, Jorge Sampaio, que terminou no domingo a visita que efectuou
ao distrito da Guarda desde o dia 26 de Outubro.
Jorge Sampaio realça o papel que incumbirá à futura Plataforma
Logística da Guarda. A qualificação do turismo, o seu ensino,
a aposta nas artes tradicionais, na gastronomia e nos valores históricos
foram outros dos caminhos apontados para o desenvolvimento desta região.A
Guarda e o seu distrito têm que "apostar em produtos agrícolas
de alta qualidade" afirma o Chefe de Esatdo. Mas a melhoria qualitativa passa
pela contribuição dos vários agentes envolvidos, nomeadamente
agricultores, cooperativas, empresas privadas e Estado, salienta Sampaio.
Contudo, na requalificação agrícola os municípios têm
um papel extremamente importante, na opinião do Presidente da República.
"Sem uma intervenção camarária activa, competente, persistente
o agricultor estará sempre demasiado isolado e o Estado estará sempre
tão distante dele que mal responderá aos seus problemas mais específicos."
A necessidade de serem implementados programas de reflorestação, no
distrito, foi outra das conclusões desta Presidência Aberta. Desde
logo para colmatar os espaços resultantes das terras ardidas e depois converter
em floresta as terras incultas e as que se encontrem abandonadas. " A reflorestação
é ela própria fonte de riqueza" explica Sampaio. Para o Presidente
da República, na saúde, a igualdade nas condições de
acesso está comprometida no distrito. "A fixação de recursos
humanos nos serviços de saúde, em particular de médicos, deve
constituir um objectivo da política de saúde, sobretudo para populações
mais envelhecidas ou fragilizadas como as da generalidade do distrito da Guarda",
frisa Jorge Sampaio.
Ensino superior e autarquias de mãos dadas
O Presidente da República destaca ainda a "expansão e democratização
do ensino superior em Portugal" a par do "contributo marcante, que se
espera possa continuar, para o processo de desenvolvimento urbano". Numa
sessão que teve lugar no dia 31 de Outubro, no IPG, o Chefe de Estado acentuou
a importância que atribui ao ensino superior.
O Presidente da República destacou este factor de progresso e fez notar
a sua importância para "uma maior e indispensável capacidade
das regiões pensarem os seus próprios problemas, dando um conteúdo
científico às suas conclusões e para as empresas ganharem
capacidade de investir nas tecnologias avançadas". Aliás, Jorge
Sampaio disse ter verificado que "as instituições de ensino
superior têm contribuído para o desenvolvimento das actividades económicas,
da cultura e da resolução dos problemas sociais".
Daí que entenda como "crucial" o reforço da cooperação
entre as instituições de ensino e os programas de desenvolvimento
que associem os vários municípios.
Numa alusão à visita feita, em Seia, à Escola Superior de
Turismo e Telecomunicações do IPG, o Presidente da República
afirmou ter reforçado "a esperança de que se venha a criar
capacidade de desenvolvimento de uma exploração inteligente do turismo
que alie, necessariamente, inovação, competitividade, cultura e
defesa do património."
Por seu turno, o Ministro da Ciência e do Ensino Superior, indica como uma
das suas principais prioridades "salvar o ensino superior no interior de
Portugal", reforçando este nível de ensino nestas zonas. Para
Pedro Lynce, "há necessidade de, em conjunto, repensar os nossos objectivos"
e valorizar os recursos locais através da implementação de
atribuição de novos diplomas, nomeadamente através de cursos
de requalificação de técnicos, radicados no Interior, e dos
licenciados. Pedro Lynce afirma mesmo que "entre os fortes e os fracos não
terei dúvida nenhuma que decidirei pelos fracos".
Já Jorge Mendes, presidente do IPG, sustenta que as instituições
de ensino da Beira Interior "têm de se interligar, ainda mais com a
comunidade, entre si, numa atitude de resposta àquilo que são as
grandes questões da região", manifestando-se a favor de uma
incrementação das relações institucionais entre o
Instituto Politécnico da Guarda, Instituto Politécnico de Castelo
Branco e a Universidade da Beira Interior.
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