Por Ana Rodrigues


Contadores de histórias tentam, nesta peça, aproximar-se do público

A Caminho do Oeste, uma série de três contos muito diferentes uns dos outros, tanto no estilo quanto no conteúdo, subiu ao palco do Teatro das Beiras na passada quinta feira. Esta peça é da responsabilidade do Teatro Regional da Serra de Montemuro, e foi feita a partir de um texto de Abel Neves.
Com a intenção de tornar o espectáculo mais intimista, o palco foi transformado numa caixa, dentro da qual o público se senta. No meio passa o rio. As três histórias, sob a forma de monólogo, procuram seguir o seu curso até chegar ao mar.
A primeira história, mais poética, mostra um pastor que à beira do rio sonha encontrar a mãe já falecida. A segunda, cómica, gira em torno de um guarda-rios em constante interacção com os espectadores. Momento que se pauta por constantes e sonoras gargalhadas do público. O último conto acompanha um sereio, metade homem, metade peixe. Ele resolve ir do mar até ao rio, onde se apaixona por uma lavadeira.
Graeme Pulleyn, encenador e também actor diz que o objectivo foi conseguir um relacionamento próximo entre público e contadores de histórias, ao mesmo tempo que procura manter as qualidades teatrais. E acrescenta: "Não procuramos transmitir mensagens em si, mas contar histórias bem contadas. Queremos divertir as pessoas e mexer com elas, não só através dos textos mas também dos elementos visuais e da música". Objectivo talvez alcançado já que segundo Miguel Bernardo, um dos espectadores, "é um espectáculo simples mas que me tocou e que ainda estou a digerir".