O despiste de um veículo ligeiro, que transportava
seis pessoas, no passado domingo, 3, na Ponte Nova, em Caria, pouco passava das
18 horas, está a levantar algumas questões que se prendem com a segurança
naquele local, nomeadamente com parte do muro, que se encontra derrubado. O condutor
da viatura, José Esteves Lopes, afirma que além de não ter
visto o muro deitado abaixo, este "não estava devidamente sinalizado".
Uma situação já reconhecida pelo presidente da Junta do Teixoso,
Carlos Mendes.
O derrube do muro foi provocado por um outro despiste, que aconteceu, segundo Carlos
Mendes e Joaquim Matias, vereador da Câmara Municipal com o pelouro das Obras
e Transportes, durante a segunda quinzena de Agosto. "O transgressor, que apresentava
uma taxa de alcoolémia superior a 2,5 gramas, ainda não procedeu à
colocação do muro", explica o presidente da freguesia teixosense,
adiantando que o processo se encontra em contencioso. E continua: "Logo nessa
altura colocaram-se as fitas sinalizadoras, que têm sistematicamente desaparecido".
Afirmações confirmadas por Joaquim Matias, o qual recusa qualquer
responsabilidade que possa ser atribuída à autarquia covilhanense.
Segundo o vereador, o indivíduo que causou o derrube do muro já foi
notificado, nos finais de Outubro deste ano. "Tem, a partir daí, 15
dias para proceder à reparação do muro, cujos prejuízos
rondam os mil e 200 euros", declara Joaquim Matias. O autarca refuta ainda
as declarações vindas a público que dizem que o muro está
deitado abaixo há um ano. "A Ponte só está assim há
cerca de dois meses".
Quanto aos feridos, uma família de seis pessoas, residente no Fundão,
foram transportados para o Hospital da Covilhã.
Ponte de outros problemas
O acidente de domingo não é um caso isolado dos problemas que têm
vindo a surgir na Ponte Nova. Depois da abertura ao trânsito do troço
Belmonte-Guarda da A23, o trânsito naquele local tem aumentado significativamente
e nem sempre os sinais luminosos funcionam na perfeição. Que o diga
Maria Armanda Cruz Barreiros, proprietária do "Ponto de Encontro com
o Caçador", café que se encontra logo à entrada da Ponte.
"Desde sexta-feira,1, que os semáforos estavam avariados, o que causa
alguma confusão na travessia", conta. E prossegue: "As pessoas,
principalmente de noite, não se apercebem que o muro está derrubado
e pensam que a estrada continua naquela direcção". Daí
que Maria Armanda teça críticas à edilidade, já que,
na sua opinião, "tem obrigação de reparar o muro".
Entretanto, a sinalização luminosa foi reposta, segundo aquela proprietária,
no domingo à noite, enquanto que os serviços da Câmara procederam
à colocação das fitas sinalizadoras no dia seguinte.
Já que no diz respeito ao aumento do tráfego, provocado pelo desvio
para a A23, até o próprio presidente da Junta do Teixoso defende
o alargamento ou então a "construção de uma ponte nova".
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