No espectáculo é feita uma reflexão
sobre a vida prisional
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Em cena mais uma edição
do Festival de Teatro da Covilhã
Obra inédita sobe ao palco em noite de
feriado
A Companhia de Teatro de Portalegre caracteriza-se
por suscitar a discussão entre o público.
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Por Paulo Carneiro
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Foi com uma boa afluência de público que na passada sexta feira entrou
em palco a Companhia de Teatro de Portalegre, que trouxe consigo a peça "Os
Degraus da Forca".
Neste trabalho o autor apresenta-nos uma reflexão sobre a vida, e sobre o
relacionamento de um condenado, com os guardas prisionais e com a inesperada visita
de um estranho personagem, que procura servir-se da sua história para escrever
uma peça de teatro. É com esse personagem que o recluso acaba por
estabelecer uma certa proximidade e com quem acaba por trocar algumas impressões
acerca da sua situação, da exclusão social, da pena de morte
e dos direitos individuais.
O condenado, esse, suicida-se no final, deixando em aberto o caminho para a reflexão
sobre os problemas que coloca.
Numa breve troca de palavras, o encenador José Mascarenhas adiantou desde
logo que "esta peça é um inédito, escrito para esta Companhia
por António de Sousa Mendes. Um autor com posições firmes contra
a pena de morte e contra a exclusão social.
Este autor, elaborou também outras peças, como "Aristides Sousa
Mendes" e "Os Emigrantes". Trabalhos esses que "acabaram por
ter uma grande repercussão, não só a nível nacional,
como também nos Festivais de Teatro Português em França".
José Mascarenhas adiantou ainda que "para além desta peça
ser um inédito para a companhia, é um tema que merece ser tratado
a nível da sociedade" pois "numa época em que se vive num
clima de violência, de atentados e sobretudo de individualismo, esta é
uma problemática que tem muitas pontas por onde se lhe pegar", defendeu.
Mais do que uma reflexão acerca da vida prisional, este é um espectáculo
que procura suscitar no próprio público a reflexão acerca de
questões mais vastas.
Quando a peça estreou em Portalegre, "tivemos algumas discussões
com juizes e com pessoas ligadas ao meio prisional", conta José Mascarenhas.
Essa foi a melhor forma encontrada para promover a peça, "e sobretudo
reflectir um pouco mais acerca destes temas tão controversos".
A edição deste ano do Festival de Teatro da Covilhã, organizada
pela Companhia de Teatro das Beiras, conta com participação de mais
de uma dúzia de companhias. O evento, que teve início a 28 de Outubro,
prolonga-se até ao próximo dia 9 de Novembro e promete animar e entreter
todos aqueles que apreciam teatro.
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