Por Daniel Silva e Elizabete Cardoso


Luís Carrilho explicou a evolução automóvel

Perceber o papel do automóvel na área das engenharias foi o objectivo do seminário organizado por Luís Carrilho, docente da UBI, na quinta feira, 17 de Outubro. O encontro teve lugar no polo das Engenharias da UBI e foi o primeiro de muitos que se realizam ao longo do ano.
Uma pequena definição de automóvel (conceito, etimologia e primeiro uso) deu início ao seminário. O docente explica que o automóvel engloba quase todas as áreas da engenharia como é o caso da mecânica, da química e da electrónica. Quando interrogado acerca da utilização de novos materiais, Luís Carrilho responde que é impossível continuar a utilizar os mesmos materiais e que as carroçarias têm tendência a ser cada vez mais frágeis. Os materiais compostos de plástico são mais os utilizados. Um dos progressos verifica-se no campo do design, sendo o design utópico do automóvel a forma de gota. Apesar disso, o maior desafio continua a ser a segurança.
Este tipo de seminário visa dar aos alunos do 1º e 2º anos (das licenciaturas em engenharia) uma perspectiva dos cursos existentes na Universidade da Beira Interior, nomeadamente o curso de Engenharia Mecânica, ramo automóvel. O professor afirma que "os alunos ao escolherem esta área estão a apostar forte no seu futuro". A sua justificação é que "o mercado de trabalho existe e este é extensível a todos os engenheiros, porque, hoje, o automóvel é um brinquedo eléctrico, mecânico, informático e de controle".



Evolução histórica



O automóvel evoluiu bastante desde a sua concepção no século XIV com Martini, pintor italiano, até aos nossos dias. Do século XIV até ao final do Século XIX registaram-se apenas evoluções esporádicas. Porém, daí em diante os desenvolvimentos do automóvel e dos seus componentes sucedem-se com uma distância temporal cada vez menor. Entre as muitas etapas da evolução do automóvel destacam-se alguns factos conhecidos. Henry Ford, em 1896, cria o quadriciclo (carro experimental) e na primeira década de 1900 funda a Ford Motor Company. A vela de ignição é patenteada, em 1902, na Alemanha, por Robert Bosh. Três décadas mais tarde, a Mercedes lança o primeiro automóvel ligeiro a diesel. As evoluções sucedem-se; no entanto, sofrem um abrandamento no período da II Guerra Mundial.
Os primeiros testes de colisão são realizados, em 1951, pela Ford. Dois anos depois, Michelin inventa o pneu radial, o mais seguro e dinâmico da altura. Em 1978, emerge um novo conceito de automóvel, o carro solar, desenvolvido na Grã-Bretanha, que atinge os 13 Km/h. A indústria automóvel avança, assim, a passos largos. Na última década do século XX, esta começa a concentrar-se, devido à grande competitividade do mercado de vendas.
O número de automóveis produzido anualmente é astronómico. A Ford, a Toyota e a Voklswagen lideram uma produção mundial de mais de 100 milhões de automóveis, segundo dados do ano 2000.
A investigação automóvel encontra, actualmente, novos desafios. Uma das grandes preocupações é a carga de poluição do ambiente. O aproveitamento do combustível tem de ser melhorado. A diminuição da potência e da cilindrada leva a gastos mais baixos, o que conduz à diminuição da capacidade de transporte. Hoje em dia, o grande desafio das marcas é conseguir modelos mais pequenos para um fácil acesso às cidades, os chamados "citadinos".
O desenvolvimento técnico do automóvel é cada vez mais electrónico, uma vez que as avarias mais frequentes se verificam neste tipo de componentes, que se têm tornado de maior fiabilidade.