Por Catarina Rodrigues



Bagão Félix apresentou no Fundão o Plano de Intervenção para a Beira Interior

Os distritos de Castelo Branco e da Guarda vão dispor até 2006 de 85 milhões de euros (17 milhões de contos) para prevenir e combater o desemprego. A garantia foi dada por Bagão Félix na passada sexta feira, 25. O ministro da Segurança Social e do Trabalho apresentou no Fundão, um conjunto de medidas que serão implantadas em 20 concelhos dos dois distritos. As propostas visam minorar os efeitos da crise da indústria têxtil que se vive na região e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento de actividades económicas que constituam alternativas de emprego.
Segundo Bagão Félix, o Plano de Intervenção para a Beira Interior pretende "proteger quem está desempregado, prevenir o desemprego, formar e qualificar pessoas e ajudar ao auto-emprego". O ministro lembra que se trata de um esforço significativo por parte do Governo numa fase de restrição orçamental. "São mais de quatro milhões de contos por ano canalizados para a protecção social, formação e enriquecimento profissional", salienta.
A aplicação do plano vai incidir em três medidas específicas. O programa GESTIC consiste em acções de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação complementadas com estágios em empresas. Esta medida é destinada a jovens diplomados com dificuldades de inserção no mercado de trabalho. O programa FACE foi outra das medidas apresentadas pelo ministro. Trata-se de apoiar os trabalhadores em risco de desemprego com acções de formação para profissões ou actividades a desempenhar dentro da mesma empresa. Por último, Bagão Félix falou no programa Emprego-Família. Pessoas desempregadas podem substituir, embora que de forma temporária, trabalhadores ausentes do seu posto de trabalho por apoio à família.
O ministro da Segurança Social e do Trabalho salienta que "estes elementos têm uma função não só reparadora, mas também preventiva". Bagão Félix explica que com estas medidas o ministério que tutela dá o primeiro passo para um conjunto de acções que devem ser aplicadas na região pelo Ministério da Economia. Mas quanto a esta questão o ministro não quis adiantar mais nada.
Manuel Frexes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, considera que o Plano de Intervenção "vem dar esperança e ao mesmo tempo algum alívio a muitas famílias e aos trabalhadores que vêem os seus postos de trabalho em perigo ou já estão desempregados".
O plano apresentado entrou imediatamente em vigor. Surgiu depois de várias reuniões do Grupo de Trabalho criado pelo Governador Civil de Castelo Branco com o objectivo de diagnosticar a crise e definir estratégias de intervenção a propor ao Governo. A execução das medidas apresentadas por Bagão Félix é da responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

 




Luís Garra teceu duras críticas ao plano apresentado por Bagão Félix



Garra crítica mediadas apresentadas
"Um plano de gestão do desemprego"



O coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB) teceu duras críticas às medidas apresentadas por Bagão Félix. Segundo Luís Garra trata-se de "um plano de gestão do desemprego" e as medidas apresentadas constituem um "acto inconsequente de pura demagogia".
A USCB considera que as propostas realizadas são insuficientes para combater a crise e não conseguem resolver os problemas económicos existentes na região. Luís Garra lamenta que não tenham sido apresentadas medidas concretas de apoio à Nova Penteação e à Carveste. O dirigente sindical explica que é necessário travar o encerramento de empresas, assegurar o emprego existente, diversificar as actividades económicas e criar novos empregos. "Este plano não permite realizar nenhuma destas acções, pois carece de medidas financeiras e económicas sem as quais não se pode superar a crise", salienta.
Luís Garra voltou a fazer um apelo ao Governo no sentido de este intervir junto da banca de forma a ultrapassar os obstáculos que estão a ser colocados ao normal funcionamento das empresas.