Deficientes motores comemoraram o aniversário da Covilhã com uma corrida pela cidade
Deficientes motores correm na Covilhã
"Não somos agregados"

Mais de 10 deficientes motores participaram na corrida de cadeiras de rodas organizada pela Associação Portuguesa de Deficientes (APD), Delegação Distrital de Castelo Branco.


Por Carlos Borges


No âmbito das comemorações do 132º aniversário da elevação da Covilhã a cidade, realizou-se no passado sábado uma corrida de cadeiras de rodas, promovida pela APD Mais de 10 participantes oriundos das diferentes partes do distrito deram o seu melhor.
A corrida decorreu sem qualquer incidente e, no final a satisfação era visível na cara dos participantes que foram muito aplaudidos pelo público presente. Os três primeiros troféus foram para Rui Alves, Carlos Curto e Paulo Gonçalves, primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente. Todos receberam um prémio de participação.
"Não considero isto um prémio, mais sim um convite a todos os deficientes do Distrito de Castelo Branco e de todas as regiões do país, para que saiam à rua e mostrem o seu potencial", afirma Rui Alves, vencedor da prova. Já para Gustavo Marques, um dos participantes no evento e estudante do 3º ano de Engenharia Civil na UBI, "esta iniciativa visa mostrar às pessoas que também existimos e não somos nenhuns agregados, fazemos parte desta sociedade e queremos viver nela". Gustavo Marques acrescenta que, os deficientes motores "são descriminados todos os dias. As pessoas olham para nós com espírito de compaixão, mas nós queremos ter os mesmos direitos. Em Portugal os deficientes estão muito escondidos, somos uma sociedade muito fechada, com imensas limitações. Mesmo lutando, há sempre um poder mais forte que está contra nós. As legislações não são cumpridas sobretudo as relativas às barreiras arquitectónicas", lamenta.
Segundo Adelino Fernandes, Chefe da Delegação Distrital da APD, o objectivo deste evento foi "sensibilizar as pessoas ditas normais para a causa dos deficientes motores e para a sua integração na sociedade. O presidente da associação salienta que "os senhores do poder distrital têm sido indiferentes e bairristas para com os direitos dos deficientes".