O distrito da Guarda pode vir a usufruir do TGV
Cimeira de Valência nada decide
TGV por Salamanca ganha força

Nada ficou decidido na Cimeira de Valência. No entanto, a entrada do TGV por Salamanca começa a ganhar peso e é mais consensual. A Câmara da Guarda mostra-se a favor.


João Alves
NC/Urbi et Orbi


A Cimeira de Valência, que juntou à mesma mesa os governos de Espanha e Portugal, nada decidiu quanto ao futuro traçado do TGV. De facto, não houve consenso. Mas parece claro que a ligação entre Porto e Lisboa terá uma saída para Espanha que já não será o tão falado "T" deitado, embora este continue em estudo. Com isto, o distrito de Castelo Branco não terá comboio de alta velocidade.
A hipótese que agora ganha mais peso é uma saída (entrada) por Salamanca. Ou seja, o TGV teria um braço que sairia algures entre Aveiro e Coimbra, seguindo directamente para Viseu, passando pela Guarda em direcção a Salamanca, embora não seja também certo que a cidade guardense tenha uma paragem do mesmo. Segundo o DN, vários factores jogam a favor deste troço. Em primeiro lugar, a orografia. É que, o terreno entre Celorico da Beira, Vila Franca das Naves, Almeida e Salamanca é relativamente plano, além do facto de Salamanca já estar contemplada no plano ferroviário espanhol. E assim, Lisboa ficaria a apenas uma hora do ponto de conexão, pelo que seria possível chegar a Madrid em menos de três horas e meia. No entanto, caso se optasse por Badajoz, como o Governo espanhol pretende, chegar à capital espanhola seria possível em duas horas e um quarto. Uma das vozes que se mostra a favor da ligação por Salamanca é Maria do Carmo Borges, autarca da Guarda, que salienta que "o Governo não pode deixar fugir o TGV vindo de Salamanca. Não fará sentido e será um mau serviço a todo o Interior se Portugal não tiver a preocupação de fazer a ligação entre as duas cidades. A Guarda tem a posição ideal para ser a grande plataforma da região"
Também o PSD/Porto se mostra contra a alternativa por Badajoz. Segundo os laranjas, assim, o Norte ficaria arredado do projecto do TGV, o que amputaria essa região de uma via de desenvolvimento. Por isso, os social-democratas exigiam uma saída por Vilar Formoso. No entanto, recorde-se que o Governo português já aprovou em Conselho de Ministros o "T" deitado, que poderá passar ou por Badajoz ou por Cáceres.
Também na Cimeira de Madrid se ficou a saber que a "estrada da morte" (IP5), no troço entre Vilar Formoso e Ciudad Rodrigo, vai ser uma auto-estrada, já que do lado português os trabalhos já decorrem.