Por Catarina Rodrigues



Pedro Henriques tem uma visão muito critica da sociedade actual

Para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental, que se comemorou no dia 10 de Outubro, o Departamento de Psiquiatria do (CHCB) organizou uma conferência subordinada ao tema "O Ambiente que Vivemos Hoje". O conferencista convidado foi Pedro Castro Henriques do Instituto de Conservação da Natureza.
Segundo Carlos Leitão, director do Serviço de Psiquiatria, "a ideia foi ouvir alguém que não estivesse ligado à saúde e nos enriquecesse em relação à percepção global que temos do mundo". Pedro Castro Henriques tem uma visão muito crítica em relação à sociedade actual. Na sua comunicação abordou várias questões e conseguiu sempre fazer a ligação entre a saúde, a cultura e o ambiente. Viver em função do tempo e do trabalho foi uma das criticas feitas por Pedro Henriques à sociedade dos nossos dias. Segundo o conferencista "o relógio impera e isso gera uma certa forma de esgotamento". Para Pedro Henriques "é fundamental modificar as mentalidades". Mas, este tipo de alterações só são visíveis a longo prazo. "É uma questão de educação", acrescenta.
No Dia Mundial da Saúde Mental, o Departamento de Psiquiatria realizou ainda actividades com doentes e familiares. No átrio principal do CHCB esteve patente uma exposição de trabalhos realizados por crianças e adolescentes da consulta do Serviço de Psiquiatria.

 


Psiquiatria à espera de nova casa



Carlos Leitão aproveitou este dia para lembrar as carências que se vivem no Serviço de Psiquiatria. "É necessário trazer este serviço para junto do Centro Hospitalar", salienta o director do departamento. O facto das instalações ainda funcionarem afastadas do hospital traz algumas dificuldades. "Temos doentes de consulta externa e era mais fácil se eles fossem assistidos junto dos exames complementares e das outras especialidades", explica Carlos Leitão. A esta questão ainda se acrescentam as instalações degradadas e a falta de quadros médicos.
O director do Serviço de Psiquiatria lembra que a articulação entre o CHCB e a Faculdade de Medicina é fundamental. Por isso considera que o Departamento de Psiquiatria deve ser instalado junto a estes locais. O programa funcional para a deslocação do serviço está elaborado, agora é uma questão de verbas. O Governo ainda não desbloqueou o dinheiro necessário. O investimento nesta obra ronda os quatro milhões de euros.