António Fidalgo

As secundárias da Beira Interior


O jornal Público publicou ontem, 7 de Outubro de 2002, a lista ordenada qualitativamente das escolas secundárias de Portugal. As escolas secundárias da Beira Interior não estão nada bem representadas. O jornal fala mesmo de um País quase dividido ao meio, sendo a metade pior a do Interior, onde se destacam, pela negativa, Penamacor, Idanha-a-Nova e Pedrógão-Grande.
A Covilhã, no mapa da média dos oito exames consegue um resultado inferior ao Fundão e a Castelo Branco, o que não deixa de causar perplexidade, dado tratar-se de uma cidade universitária. Por outro lado, a Beira Alta colhe claramente melhores resultados que a Beira Baixa. É a Guarda que tem as melhores escolas secundárias da região, com a Escola da Sé a ocupar o 94º lugar, ao passo que a melhor escola da Covilhã, a Frei Heitor Pinto, se queda em 224º lugar.
Que sociedade é esta, a da região, que política seguimos aqui, para tolerarmos escolas tão deficientes? Se os alunos portugueses em geral já são dos piores, à luz do teste de Pisa, a nível mundial, na Beira Interior encontram-se algumas das piores escolas do País. Vamos ficar com a lanterna vermelha e a vergonha?
Os políticos locais, os autarcas, os presidentes de câmara e vereadores, que tão reivindicativos são quanto a fundos e a estradas, vão mexer-se e reivindicar melhores escolas para os seus concelhos? O problema da falta de qualidade das nossas escolas existe e mais uma vez é exposto às claras. Agora é tempo de acção.