Seia
Primeiro Museu do Pão na Península abre portas

Abriu portas, na quinta-feira, 26 de Setembro, o primeiro Museu do Pão da Península Ibérica e o segundo do género na Europa. Está localizado em Seia e prevê-se que seja uma cópia fiel ao ciclo do pão, uma das actividades alimentares, sociais e económicas mais antigas da humanidade.

NC/Urbi et Orbi

O Museu do Pão em Seia está aberto ao público desde quinta feira, 26 de Setembro. A área coberta do imóvel é de cerca de três mil e 500 metros quadrados, divididos por três pisos, onde o visitante pode ver a reconstituição de uma padaria tradicional, onde manequins pretendem demonstrar o ambiente que se vivia. A ideia de construir um museu do pão remonta há alguns anos, tendo sido registado em 1998, por um natural da freguesia de Santa Marinha e que agora o grupo "BAMAQ" tornou realidade por dois milhões e meio de euros. O Museu de Seia alberga um espólio artístico, etnográfico e histórico ligado à confecção daquele alimento: cerâmica, numismática e mesmo uma secção religiosa, ou não fosse a confecção do pão acompanhada do início ao fim por gestos e rituais ligados à religião. Foi assim recreado o ambiente do "Ciclo do Pão", registado em 14 painéis, a par de alfaias agrícolas, três mós de pedra usadas na moagem do trigo, milho e centeio, e o local de cozedura. Outro espaço de realce do Museu relaciona-se com a iconografia, que reúne mais de uma centena de gravuras em madeira (xilogravuras) francesas, inglesas e portuguesa, datadas do século XIX, alusivas aos cereais e ao pão, fazendo desta colecção uma das maiores do género, a nível europeu.
Na zona envolvente ao museu, foram também adquiridos terrenos circundantes, de forma a enquadrar o equipamento no meio rural e natural da época.
Além de um papel didáctico e patrimonial, o Museu do Pão visa recuperar e preservar os objectos ligados à panificação. Eduardo Cabral, um dos promotores do museu, antevê para Seia e para as aldeias limítrofes um futuro diferente. "Não vão mais ser as mesmas. Esta obra vai trazer milhares de visitantes à cidade". Nada foi esquecido. Os visitantes têm muito para ver e aprender. Cursos, seminários, colóquios sobre o pão e os cereais, além de mostras artísticas, fazem parte dos objectivos do Museu. Por outro lado, pretende-se ainda criar mostras itinerantes constituídas por objectos recolhidos no Museu, tendo como alvo principal a população escolar, antevendo-se a possibilidade de ligação com escolas da Estremadura espanhola. No entanto, apesar deste projecto, os mais novos que se deslocarem até ao Museu em Seia, tem à sua disposição um espaço só para si. Chama-se "Mundo da Criança", e ali podem amassar e cozer o pão, fazer bonecos com miolo de pão ou massa e conhece o Ciclo do Pão, contado à sua medida.
Outro dos objectivos do Museu, passa pela aquisição de um comboio turístico, com três carruagens, fazendo um percurso para mostrar as potencialidades patrimoniais e paisagísticas de Seia, São Romão, Vales, Póvoa Nova, São Martinho, Santa Marinha, Pinhaços e Quintela. Tudo isto para fazer numa viagem ao Ciclo do Pão, onde não foi esquecida uma "Sala dos Sabores", local onde se podem provar os mais diversos tipos de pão, com o respectivo acompanhamento, no ambiente natural da "Estrela".